segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Como podemos nos preparar para o Advento?

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Precisamos estar prontos para o encontro com o Senhor

O Ano Litúrgico gira em torno das duas grandes festas do mistério de nossa salvação: o Natal e a Páscoa. A fim de nos prepararmos bem para essas duas solenidades de máxima importância, a Santa Igreja, com seu amor de mãe e sua sabedoria de mestra, instituiu o Advento, que nos predispõe para o Natal e a Quaresma e nos prepara para a Páscoa. Praticamente um mês e meio de Advento-Natal e três meses de Quaresma-Páscoa. O tempo chamado “Comum”, durante o ano, ajuda-nos a caminhar com a Igreja nas estradas da história, iluminados por esses mistérios de nossa fé e conduzidos pelo Espírito Santo.
Iniciamos o tempo do Advento, que assinala também o início de um novo Ano Litúrgico. No decurso dos quatro domingos do Advento, o povo cristão é convidado para preparar os caminhos para a vinda do Rei da Paz. O Cristo Senhor, que, há dois mil anos, nasceu como homem numa manjedoura em Belém da Judeia, deseja ardentemente nascer em nossos corações, conforme as santas palavras da Sagrada Escritura: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo" (Ap 3, 20).
No Advento temos a oportunidade de nos aprofundar na expectativa do "Senhor que virá para julgar os vivos e os mortos" e na semana que antecede a festa natalina a preparação próxima para celebrar o "Senhor que nasceu pobre no Oriente". Entre essas duas vindas, o cristão celebra, a cada dia, o seu coração que se abre para o “Senhor que vem” em sua vida e renova a sua existência.
Celebrar o Natal é reconhecer que "Deus visitou o seu povo" (cf. Lc 7, 16). Tal reconhecimento não se pode efetivar somente com nossas palavras. A visita de Deus quer atingir o nosso coração e transformar-nos desde dentro. A tão desejada transformação do mundo, a superação da fome, a vitória da paz e a efetiva fraternidade entre os homens dependem, na verdade, da renovação dos corações. Somos convidados, em primeiro lugar, a aprender a "estar com Jesus", e então nossa vida em sociedade verá nascer o Sol da Justiça.
O Advento constitui precisamente o tempo favorável para a preparação do nosso coração. Deixemo-nos transformar por Cristo, que mais uma vez quer nascer em nossa vida neste Natal. Celebrar bem a solenidade do Natal do Senhor requer que saibamos apresentar a Deus um coração bem disposto, pois "não desprezas, ó Deus, um coração contrito e humilhado" (Sl 51, 19). Um coração que busca com sinceridade a conversão é fonte de inestimável comunhão com o Senhor e com os irmãos. Neste tempo de Advento não tenhamos medo de Cristo. "Ele não tira nada, Ele dá tudo".

No Advento recordamos que nossa vida se orienta ao rosto de Deus, afirma o Papa


Em sua meditação prévia à oração do Angelus dominical, o Papa Bento XVI recordou que hoje –com o início do Advento- começa um novo Ano Litúrgico para a Igreja e pediu aos fiéis que esperem o nascimento de Cristo com a certeza de que toda a vida se orienta ao encontro com Deus.
“Hoje, iniciamos com toda a Igreja o novo Ano Litúrgico: um novo caminho de fé, a se viver unidos nas comunidades cristãs, mas também, como sempre, a se percorrer no interior da história do mundo, para abri-la ao mistério de Deus, à salvação que vem do seu amor. O Ano Litúrgico inicia com o Tempo do Advento: tempo estupendo em que se desperta nos corações a expectativa do retorno de Cristo e a memória da sua primeira vinda, quando se despojou da sua glória divina para assumir a nossa carne mortal”, afirmou o Papa em sua alocução deste domingo.
O Papa recordou que “Na realidade, o verdadeiro “patrão” do mundo não é o homem, mas Deus. O Evangelho de hoje diz: “Vigiai, pois, visto que não sabeis quando o senhor da casa voltará, se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que, vindo de repente, não vos encontre dormindo” (Mc 13,35-36). O Tempo do Advento vem a cada ano recordar-nos isso, para que a nossa vida reencontre a sua justa orientação, em direção ao rosto de Deus. O rosto não de um “patrão”, mas de um Pai e de um Amigo”.
“Com a Virgem Maria, que nos guia no caminho do Advento, façamos nossas as palavras do profeta. “Senhor, vós sois nosso pai; nós somos a argila da qual sois o oleiro: todos nós fomos modelados por vossas mãos””, conclui o Papa.
Ao final do Angelus, o Papa dirigiu-se aos peregrinos de língua portuguesa saudando com particular afeto aqueles peregrinos vindos de Lisboa e de Setúbal.
“O tempo do Advento convida-nos a fazer nossa a primeira vinda do Filho de Deus a fim de nos prepararmos para o seu regresso glorioso. Neste sentido, tomai por modelo e intercessora a Virgem Maria. E que Deus vos abençoe!”, desejou o Pontífice.

sábado, 26 de novembro de 2011

Um amigo fiel para todas as horas.


Ele nos quer todo o bem
Desde o início de sua vida até o momento de passar para a eternidade, todo ser humano é cercado pela proteção e intercessão de um anjo designado por Deus para o guiar, proteger e orientar. Assim, cada um de nós tem um Anjo da Guarda.
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Provavelmente, quase todos nós aprendemos em casa, ou nas aulas de catecismo, a clássica oração: “Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda, governa e ilumina. Amém”. Apesar disso, talvez tenha escapado alguma vez de nossos lábios uma pergunta, repassada mais de admiração do que de dúvida: “Então eu tenho mesmo um anjo incumbido por Deus de cuidar de mim?” É realmente admirável o fato de cada um de nós possuir um anjo cuja missão específica é favorecer-nos em tudo quanto se relacione com nossa salvação eterna, mas é essa a realidade: Deus “os fez mensageiros de seu projeto de salvação”, afirma o Catecismo da Igreja Católica. E diz São Paulo: “Não são todos os anjos espíritos ao serviço de Deus, o qual lhes confia missões para o bem daqueles que devem herdar a salvação?” (Hb 1,14).

“Grande é a dignidade das almas – exclama São Jerônimo -, quando cada uma delas, desde a hora de seu nascimento, tem um anjo destinado para sua custódia!” É muito reconfortante saber que um ser superior à nossa natureza está continuamente a nosso lado; que ele, puro espírito, mantém-se na contemplação incessante de Deus e, ao mesmo tempo, vela por nós, quer-nos todo o bem, e seu objetivo é levar-nos para a felicidade perfeita e infindável do Céu.
Quando nos damos conta da presença desse incomparável guardião, estabelecemos com ele uma amizade firme e íntima, como descreve o grande escritor francês Paul Claudel: “Entre o anjo e nós existe algo permanente.
Há uma mão que, ainda quando dormimos, não solta a nossa. Sobre a terra onde nos encontramos, compartilhamos o pulso e o latejar do coração desse irmão celeste que fala com o nosso Pai”.
Se tivéssemos maior confiança nesse celeste protetor, nesse bom amigo que nunca falha – ainda quando dele nos
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 afastamos, por nossa má conduta -, seríamos capazes de recobrar a paz e o equilíbrio dos quais tanto precisamos!

Eles estão a nosso lado, incansáveis, solícitos, bondosos
A Bem-Aventurada Hosana Andreasi, de Mântua (Itália), ainda com seis anos de idade, tomara o gosto de passear pelas margens do Rio Pó, extasiada com a beleza do panorama. Um dia encontrava-se sozinha nesse lugar, quando de repente viu surgir diante de si um belo jovem, alto e forte. Nunca o havia visto antes… Surpresa, mas não amedrontada, ouviu o recém-chega chegado dizer com voz clara, ao mesmo tempo suave e firme: “A vida e a morte consistem em amar a Deus”. Sua surpresa aumentou quando o “jovem” a ergueu do chão e, olhando-a diretamente nos olhos, acrescentou: “Para entrar no Céu, você precisa amar muito a Deus.
Ame?O. Tudo foi criado por Ele, para que as pessoas O amem”. Foi este o primeiro de numerosos encontros que Hosana teve, até seu falecimento (em 1505), com seu Anjo da Guarda.
Casos como esse, de relacionamento intenso com os anjos, não são nada raros. Santa Gemma Galgani (1878- 1903), por exemplo, teve a constante companhia de seu anjo protetor, com quem mantinha um trato familiar. Ele lhe prestava todo tipo de ajuda, até mesmo levando suas mensagens para seu confessor, em Roma.
Ainda mais próximos de nós, encontramos os episódios freqüentes ocorridos com São Pio de Pietrelcina (1887-1968), grande incentivador da devoção aos Anjos da Guarda. Em diversas ocasiões ele recebeu recados dos Anjos da Guarda de pessoas que, à distância, necessitavam de algum auxílio dele.
O Beato João XXIII, outro grande devoto dos anjos, dizia: “Nosso desejo é que aumente a devoção ao Anjo Custódio”. Nossos anjos guardiães estão ao lado de cada um de nós, incansáveis, solícitos, bondosos, prontos para nos ajudar em tudo quanto precisarmos – inclusive em nossas necessidades materiais, mas especialmente para nos proporcionar os bens espirituais, auxiliando- nos a caminhar na via da virtude.
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Estimado leitor, queira Deus que esses pensamentos, tirados da Revelação e do tesouro da Santa Igreja, possam nos ajudar a nos tornarmos mais próximos desses fiéis amigos celestiais, consolando-nos e animando- nos. E aumentar nossa vontade de conhecê-los sem os sagrados véus da fé, quando nos encontrarmos lá no alto, no Reino dos Céus.

Os outros anjos…
Além dos Anjos da Guarda, outros espíritos angélicos vagam pela terra e têm um extremo interesse em nós… para nossa perdição: os demônios, anjos decaídos, que outrora faziam parte da corte celestial. Revoltando- se contra Deus, passaram a trabalhar com um objetivo diametralmente oposto àquele para o qual Ele os criou. Sua preocupação única e obsessiva é a de nos fazer perder a possibilidade de contemplarmos a Deus por toda a eternidade. A isso os movem o ódio a seu Criador, cujo plano para a humanidade desejam obstruir, e a inveja do gênero humano, pois somos capazes de alcançar aquela felicidade eterna que eles perderam para sempre.
Se os demônios tanto nos perseguem, por que não recorrermos ao Anjo da Guarda, pedindo sua proteção? Certamente, crescer no relacionamento com ele significará estar mais defendido das ações dos espíritos malignos, e ser mais ajudado na luta contra as tentações.
Diz São João da Cruz: “Os anjos, além de levar a Deus notícias de nós, trazem os auxílios divinos para nossas almas e as apascentam como bons pastores (…) amparando-nos e defendendonos dos lobos, os demônios”.
Confiando-nos inteiramente aos nossos Anjos da Guarda, não precisamos temer os demônios. Afinal, estes últimos nada conseguem contra o poder daqueles.

domingo, 20 de novembro de 2011

Como era a confissão com o Santo Padre Pio?


Padre Pio tinha o Carisma de Conhecer o interior das pessoas a consciência.
“Aquelas a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, ser-lhe-ão retidos”. (Jo 20,23)
Essas palavras de Jesus eram bem impressas no coração de Padre Pio, unicamente pela percepção de ter de ser ministro da Misericórdia Divina. Mas sabia se podia absolver ou não absolver, segundo a disposição do penitente. Era severo com os curiosos, hipócritas e mentirosos, e amoroso e compassivo com os verdadeiramente arrependidos.
Seu confessionário não era uma máquina de absolvições, mas um lugar de conversas. Queria que o arrependimento por todos os pecados, quer mortais ou veniais, fosse verdadeiro. Nisto era clara sua percepção de absoluta santidade de Deus, da necessidade que a alma chegasse ao Juízo, purificada nesta Terra, além de estado de Graça, porque sabia bem como são grandes as penas do Purgatório.
Ficaram conhecidos vários casos de pessoas que, confessando, acusavam-se assim:
-“Padre, eu cometi pecadinhos usuais, as besteiras de sempre….”.
E ele, irredutível:
- “Pecadinhos? Besteira ofender a Deus? Vá embora”, e naquele momento não havia nada a ser feito.
Suas confissões são como atos de anúncio e de salvação, de dor e de glória, de reprimenda e de amor.
Atesta uma carta de Foggia, em 23 de agosto de 1916:
“Deveria saber que não me deixaria um momento livre: um turbilhão de almas sedentas de Jesus me desaba, antes mesmo de colocar as mãos nos bolsos” (Ep. I).
Ele se prodigaliza com a evidente certeza que o confessionário é um tribunal de Misericórdia Divina, mas ao mesmo tempo a sofrida função da caridade sacerdotal.
Para um penitente, disse:
“Não vê como está escuro? Vá colocar as coisas no lugar, muda de vida e depois volta que eu te confesso”.
Padre Tarcísio, presenciou a cena, ficou abatido por aquela resposta, mas Padre Pio lhe disse:
“Se tu soubesses como essas situações ferem primeiro o meu coração! Mas se fosse assim, muitos não se converteriam a Deus…”.
Muitas vezes repetia:
“Gerei-lhe no amor e na dor”. Eu posso também golpear os meus filhos, mas choro por todos os que me procuram! “Quero carregá-los sem resistência, como uma pipa”.
Levava ao coração dos penitentes, esperança e fidelidade no perdão divino. Escreveu:
“Você não tem tempo de amar o Senhor? Não O ama ainda? Não deseja amá-Lo para sempre? Não tenha medo por isso! Mesmo admitindo que você tenha cometido todos os pecados deste mundo, Jesus te repete: ‘são-te perdoados muitos pecados, porque muito você amou”’ (Ep.III).
E mais uma vez:
“Tenho como certo que Deus pode regenerar tudo em uma criatura concebida no pecado e que carrega a carga hereditária permanente de Adão: mas não pode, absolutamente, rejeitar o desejo sincero de amá-Lo” (Ep. IV).
Uma alma que lhe pedisse o que fosse no confessionário, respondia:
“O trono deve ser a maestria de Deus”.
A um jovem que chorava, Padre Pio perguntou:
- “Por que chora?”.
Respondeu:
- “Porque não me deu absolvição”.
Com carinho, Padre Pio consolou-o:
- “Filho, é assim, a absolvição não te foi negada para mandá-lo ao inferno, mas ao paraíso”.
O cardeal Lercaro, durante o Congresso Eucarístico diocesano de Trapani, em 1969, celebrando o padre, disse:
“O confessionário era para ele um manancial de sofrimento interior, espiritual: a sua paixão. O pecado pesava sobre ele, o pecado que ele escutava, contestava e reprovava, por chamar a si aquela misericórdia de Deus; o pecado, que em nome de Deus perdoava, era uma ferida em sua alma… Ele unia seu sofrimento ao de Cristo para que a culpa dos irmãos fossem perdoadas”.
A sede de almas o fazia rezar também longas noites de vigília. Um confrade é testemunha de sua súplica:
“Jesus, Maria, piedade!”; “Oh, Jesus, te recomendo aquela alma, deve convertê-la, salvá-la…Se tiver que castigar os homens, castiga-me, ficarei feliz… Ofereço-me por inteiro a Ti, por todos eles”.
Padre Pio costumava dizer:
“Se soubessem quanto custa uma alma! As almas não foram dadas de presente: foram compradas! Vocês ignoram aquilo o que custaram a Jesus. Ora, precisam pagar-Lhe sempre com a mesma moeda?”.
Escreveu ao padre Benedeto em 3 de junho de 1919:
“Todo o tempo é curto para libertar os irmãos das garras de Satanás. Bendito seja Deus… A maior caridade é aquela de tirar as almas de Satanás e ganha-las a Cristo. E neste ponto, sigo assiduamente, de noite e de dia… vi esplêndidas conversões” (Ep.I).
E tinha um verdadeiro propósito. Muitos de nós se confessa com rapidez, quase como um hábito. Com ele isso não era possível.
Uma vez um jovem disse:
-“Sabe? Tive que voltar três vezes para que Padre Pio me desse a absolvição. Eu não entendi porque me mandava ir embora; eu parecia ser sincero, arrependido. Na terceira vez havia em mim uma certa decisão para corrigir-me de um defeito. Sem que dissesse nada, o padre foi breve e me liberou”.
Ele podia fazer coisas assim porque se demorava muito, mas nem a todos era possível. Em algumas Missas, se alguém, após ter se confessado, precisasse de confessar novamente, deveria esperar passar ao menos sete dias. Sim, porque muitos voltavam a San Giovanni até serem absolvidos.
Este é um fato que merece um aprofundamento maior. Muitas vezes seus confrades faziam observações a este respeito, recomendando-lhe que desse alguma indulgência. Mas ele respondia: “O faço para o bem dele; não acredita que eu sofro também? Mas se tu soubesses como ficam depois, como não sossegam!”.
Há, casos de pessoas que partiram de San Giovanni Rotondo revoltados contra o Padre Pio por não terem obtido a absolvição, decididas a não voltarem mais. Mas depois entendiam, logo em seguida, e sentiam um desejo quase irresistível de retornar.
Padre Pio amava o pecador, mas era intransigente com o pecado. Eram típicas certas frases suas:“Asseguro, tu vais para o inferno”; “Quando deixarás de fazer porcarias?”; “Não sabes que é pecado mortal? Vai embora!”. A multidão implorava, insistia, mas era difícil que mudasse de opinião daquela vez. Não guardava a fisionomia de ninguém: rico ou pobre, bonito ou feio, ele guardava as almas. Todos em fila, iguais, fosse um ministro ou um operário.
Muitos haviam dito:
“Que semelhança deve ter como o juízo de Deus, com as almas todas descobertas”. Um fator humano também contribuía: com a freqüência espera longa, de dias ou mesmo de semanas, havia a necessidade de serem breves, pelo grande fluxo, de modo que as pessoas preparassem bem o que iriam dizer. Era o momento de pensar, passar e repassar o próprio discurso.
Se sabia, e diziam, que ele era dulcíssimo quando alguém estava realmente arrependido; prático em guiar as almas dizendo algum elogio; paciente, logo após a confissão, ainda escutava. Certamente, trabalhava muito com a Graça de Deus para predispor as almas, para fazê-las compreender a gravidade do pecado.
Do Padre Pio confessor ficou impresso o gesto solene como qual dava a bênção pronunciando as palavras de absolvição. Todos os sacerdotes absolvem; mas a absolvição através de Padre Pio trazia uma paz que era um verdadeiro dom de Deus. Muitas vezes, com um pequeno gesto.
Um sacerdote entendia ver, enquanto Padre Pio levantava a mão, uma pequena gota de sangue que se acendia no meio da chaga; ele percebeu um grande significado; deve ter sentido o quanto custava ao padre as confissões.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O alfabeto da lei de Deus

Apelo à solidariedade para com as populações atingidas por calamidades naturais

Construído segundo a estrutura do alfabeto hebraico, o salmo 119 representa "um importante e solene canto sobre a Torah". Ressaltou Bento XVI na audiência geral de quarta-feira 9 de Novembro, na praça de São Pedro. "A Torah - explicou o Papa - é revelação, é Palavra de Deus que interpela o homem e suscita a resposta de obediência confiante e de amor generoso". Deste amor pela Palavra está imbuído todo o salmo, que segundo o Santo Padre contém "todo o vocabulário da relação confiante do crente com Deus; nele encontramos o louvor, a acção de graças, a confiança, mas também a súplica e a lamentação, mas sempre cheios da certeza da graça divina e do poder da Palavra de Deus". A lei divina exige a escuta feita de obediência não servil, mas filial, confiante e consciente". Esta atitude - acrescentou o Papa - conduz a um "encontro pessoal com o Senhor da vida, um encontro que deve traduzir-se em escolhas concretas e tornar-se caminho e seguimento".

O Pontífice c0nvidou também a redescobrir a "beleza" e a "força" do celibato sacerdotal precisamente à luz dos versículos do salmo, que indicam no Senhor o "único bem" e a "única fonte de vida verdadeira".

No final da audiência, antes de saudar os fiéis em várias línguas, o Sumo Pontífice dirigiu um pensamento às vítimas das catástrofes naturais que nestes dias atingiram vários países do mundo, desejando que "as instituições e os homens de boa vontade colaborem, com espírito generoso, para socorrer os milhares de pessoas provadas por tais calamidades". Em seguida, teve lugar a cerimónia para a atribuição da cidadania honorária do município de Natz-Schabs/Naz-Sciaves, na província de Bolzano, onde nasceram Elisabeth Maria Tauber e Maria Tauber-Peintner, respectivamente bisavó e avó maternas de Joseph Ratzinger. Ao saudar a delegação, o Papa confidenciou algumas recordações de família relacionadas com a vida das duas mulheres. Citando uma frase do dialecto bávaro, contou também o grande amor que lhe foi transmitido pela mãe para com aquela região, uma terra embelezada não só pela criação, mas também pelas obras que os homens souberam realizar em resposta aos dons do Criador.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

SEM A CARIDADE, NADA SOU!


Eu e o Pai, diz o Filho, viremos a ele, isto é, ao homem santo, e faremos nele a nossa morada.
A ele, isto é, ao homem santo. Penso que também o Profeta não falou de outro céu quando disse: Vós habitais na morada santa, ó louvor de Israel .
E o Apóstolo afirma claramente: Cristo habita em vossos corações, pela fé.
Não é de admirar que o Senhor Jesus tenha prazer em habitar nesse céu. Para criá-lo, ele não disse simplesmente: “Faça-se”, como às demais criaturas.
Mas lutou para conquistá-lo, morreu para redimi-lo. Por isso, depois de ter sofrido, afirmou com mais ardor: Eis o lugar do meu repouso para sempre, eu fico aqui: este é o lugar que preferi .
Feliz da alma à qual se diz: Vem, minha amada; colocarei em ti o meu trono.
Por que, agora, te entristeces, ó minha alma, e gemes no meu peito?.
Pensas que também em ti não poderás encontrar um lugar para o Senhor? E que lugar em nós será digno de sua glória e suficiente para sua majestade? Quem me dera merecesse pelo menos adorá-lo no lugar em que colocou seus pés! Quem me dera pudesse ao menos agarrar-me no mínimo às pegadas de alguma alma santa que ele escolheu por sua herança!
Oxalá ele se digne infundir em minha alma o óleo de sua misericórdia, de modo que também eu possa dizer: De vossos mandamentos corro a estrada, porque vós me dilatais o coração .
Então poderei, talvez, também eu, mostrar em mim mesmo, se não um grande cenáculo preparado, em que ele possa sentar-se à mesa com seus discípulos, pelo menos um lugar onde possa reclinar a cabeça.
Depois é necessário que a alma cresça e se dilate, para ser capaz de Deus. Ora, sua medida é seu amor, como diz o Apóstolo: Dilatai-vos no amor.
De fato, embora a alma, sendo espírito, não ocupe uma extensão corporal, contudo a graça lhe concede o que lhe foi negado pela natureza. Cresce e se estende, mas espiritualmente. Cresce e aumenta, até chegar ao estado de adulto, até chegar à estatura de Cristo em sua plenitude (Ef 4, 13). Cresce até se tornar um templo santo no Senhor.
Calcule-se, pois, a grandeza de cada alma pela medida de sua caridade: a que tem muita é grande, a que tem pouca é pequena, a que não tem nenhuma é nada, como diz São Paulo: Se eu não tiver caridade, nada sou (1Cor 13, 2).
Sermão de São Bernardo, abade de Claraval, grande Doutor da Igreja do século XII. Trata-se do trecho de um de seus admiráveis sermões sobre o Cântico dos Cânticos.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A serpente de bronze


Em geral, a Divina Providência não se manifesta diretamente aos homens, mas se utiliza de instrumentos. Moisés e a serpente de bronze, considerados na Liturgia deste mês, são dos exemplos mais belos e eloqüentes dessa realidade.

Suscitado por Deus para libertar o Povo Eleito da escravidão no Egito, Moisés foi sem dúvida dos maiores homens que a História conheceu.

Para realizar essa missão humanamente impossível, realizou prodígios como ninguém. Para vergar o Faraó, desencadeou as dez pragas. Na condução do povo à terra prometida, abriu as águas do Mar Vermelho, fazendo os hebreus atravessarem a pé enxuto; fez brotar água de rochedos; cair maná do céu, culminando tudo com as Tábuas da
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Moisés foi um dos maiores homens
que a história conheceu (escultura
do pórtico da catedral de Colônia, 
Alemanha
Lei, em que o próprio Deus lhe transmitiu os Dez Mandamentos.

Entretanto, o povo israelita - testemunha e beneficiário de todos esses prodígios - não correspondia com gratidão à bondade divina. Na peregrinação de quarenta anos pelo deserto, com muita freqüência duvidava de sua infinita bondade ou de sua onipotência, e punha-se a murmurar e reclamar contra os céus e Moisés.

Dúvidas, desconfianças e murmurações
Assim, apenas três dias após a milagrosa passagem do Mar Vermelho, começaram as murmurações - "Que havemos de beber?" (Ex 15, 24) - pois eram amargas as águas de Mara, onde chegaram. Moisés, então, por indicação do Senhor, jogou na água um madeiro que a transformou em água doce.

Decorridos menos de dois meses, reiniciaram as dúvidas e reclamações: "Oxalá tivéssemos sido mortos pela mão do Senhor no Egito, quando nos assentávamos diante das panelas de carne e tínhamos pão em abundância! Vós nos conduzistes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão" (Ex 16, 3). Em resposta, Deus enviou-lhes uma nuvem de codornizes e, a partir desse dia, fez cair do céu todas as manhãs o maná, saboroso e nutritivo, do qual, durante 40 anos, se alimentaram 600 mil homens aptos para a guerra, além das mulheres e crianças.

Na etapa seguinte da caminhada, nova recaída: "Por que nos fizeste sair do Egito? Para nos fazer morrer de sede com nossos filhinhos e nossos rebanhos?" Então dirigiu Moisés esta prece ao Senhor: "Que farei a este povo? Mais um pouco e irão apedrejar-me" (Ex 17, 3-4).
Manifestações de desconfiança, de murmuração e de espírito de revolta eclodiam, por assim dizer, em cada etapa do percurso. Somente contra Moisés? Não, contra o próprio Deus: "Ele ouviu as murmurações que proferistes contra Ele. Nós, porém, quem somos? Não é contra nós que murmurastes, mas contra o Senhor" (Ex 16, 8).
Deus, paciente e misericordioso, atendia sempre às súplicas de seu Profeta e perdoava o povo "de dura cerviz". Às vezes, para bem desse mesmo povo, mandava-lhe uma salutar punição.
"Enviou serpentes ardentes que picaram e mataram muitos"
Um desses castigos foi o das mortíferas serpentes.

Logo após ser favorecido pelo Senhor dos Exércitos com uma vitória contra os cananeus, o povo hebreu partiu em direção ao Mar Vermelho. No caminho, perdeu a coragem e recomeçou a murmurar mais uma vez contra Deus e Moisés: "Por que nos tirastes do Egito, para morrermos no deserto onde não há pão nem água? Estamos enfastiados deste miserável alimento" (Nm 21, 5).
O Senhor, então, enviou contra eles serpentes ardentes que picaram e mataram muitos. Ante a evidência do desagrado divino, reconheceram seu pecado e recorreram à intercessão de Moisés: "Pecamos, murmurando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós essas serpentes" (Nm 21, 7).
O Profeta intercedeu por eles e foi prontamente atendido, como sempre. Deus, porém, em vez de eliminar as serpentes, querendo dar uma grande lição moral ao povo, disse a Moisés: "Faze para ti uma serpente ardente e mete-a sobre um poste. Todo aquele que for mordido, olhando para ela, será salvo" (Nm 21, 8). Moisés mandou, pois, fundir uma serpente de bronze e fixá-la num poste. E, diz o Livro dos Números, "se alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, conservava a vida" (21, 9).
Prefigura de Jesus e de Maria
Portanto, para quem recebia a picadura mortal da cobra, não adiantava recorrer diretamente a Deus: "Senhor, salva-me!" Também não resolvia seu caso pedindo ajuda a Moisés. Não... Se não queria morrer, era indispensável olhar para a serpente de bronze erguida no poste.

Por quê? Deus poderia tudo fazer diretamente, sem intermediário algum. Mas, em sua infinita Sabedoria, quer Ele servirse de intercessores e de símbolos, como Moisés e a serpente de bronze. Esta simboliza o Divino Redentor, conforme afirma o Evangelho de São João: "Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem, para que todo homem que n'Ele crer tenha a vida eterna" (Jo 3, 14).

E é um formoso símbolo também da Virgem Maria, Co-redentora do gênero humano e Medianeira de todas as graças, para quem devemos olhar em todos os momentos da vida. Isto nos ensina, com palavras de fogo, o grande São Bernardo, exortando-nos a invocar Maria, a Estrela do Mar:

"Se o vento das tentações se levanta, se o escolho das tribulações se interpõe em teu caminho, olha a estrela, invoca Maria.

"Se és balouçado pelas vagas do orgulho, da ambição, da maledicência, da inveja, olha a estrela, invoca Maria.

"Se a cólera, a avareza, os desejos impuros sacodem a frágil embarcação de tua alma, levanta os olhos para Maria.

"Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria.

"Seguindo-A, não te transviarás; rezando a Ela, não desesperarás; pensando n'Ela, evitarás todo erro."

domingo, 6 de novembro de 2011

Ierognosia. Você sabe o que é? Veja alguns casos ocorridos com Padre Pio.

Padre Pio tinha o dom de reconhecer se um homem era um Padre e se os objetos que lhe apresentavam já tinham sido abençoados. . O fenômeno de “ierognosia” estava entre tantos outros carismas que o Padre Pio possuía. Um dia um cavalheiro que usava jaqueta amarra e arqueja, estava na sacristia junto com outros homens que esperavam pela chegada do Padre Pio. Ele estava na primeira fila. Quando Frei Pio o notou, lhe disse: “Irmão, você tem vindo disfarçado”, mas você não tem por que se envergonhar de vir para me ver. Na próxima vez você pode voltar vestido como padre que é.
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Padre Pio falou para um homem jovem que vestia arqueje e suéter para ir embora e voltar vestido com o hábito dominicano. Confuso, envergonhado, o homem jovem confessou na frente de todo o mundo que era um padre dominicano.
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Às vezes, quando lhe foram mostrados a Frei Pio alguns objetos como coroas do Rosário ou imagens sagradas com o pedido de que as abençoasse, ele devolveu alguns dos objetos ao solicitante com a declaração precisa: “Isto já foi abençoado”. E era verdade.
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Padre Pio podia sentir se um copo de água era água benta. E se alguém lhe dava uma garrafa com água de Lourdes dentro, sem lhe falar de onde esta água procedia, ele levava a garrafa até os lábios e a beijava..
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Uma vez, um motorista de ônibus de Roma, a quem Nossa Senhora tinha se aparecido na caverna das Três Fontes de Roma (a Virgem da Revelação) foi se encontrar com Padre Pio. Ele contou: “Quando eu estava na frente dele – nós nunca tínhamos nos encontrado antes – eu lhe dei um pequeno envelope, sem lhe contar o que continha. Padre Pio pegou o envelope, apertou-o sobre o peito com paixão e não mo devolveu. O pequeno envelope continha um pouco de terra da caverna das Três