sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Santa Catarina de Sena – carta 16: A sede de almas nos pastores.



1. Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, reverendo e caríssimo pai [1] no Cristo Jesus, eu Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo crucificado, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de vos ver sedento da salvação das almas para a glória de Deus.
2. A sede das almas em Jesus
O primeiro mestre neste assunto é Jesus Cristo, que por sua sede da nossa salvação morreu na cruz. Nisto, o Cordeiro imaculado parece insaciável. Saturado de dores, clamou na cruz: “Tenho sede” (Jo. 19,28). Sem dúvida ele estava com sede corporalmente, mas bem maior era sua sede da salvação das almas. Ó inestimável caridade! Embora sofrendo muito, até parece que não sofres o suficiente; parece que não esgotas o desejo que tens de padecer. E de tudo, o impulso vem do amor! Já não me maravilho disso, pois teu amor era infinito, ao passo que a dor era finita. Eis por que o desejo de sofrer superava o martírio do corpo.
3. Instruções de Jesus a Catarina
Recordo-me que certa vez o bom Jesus instruiu uma sua serva sobre esse assunto. [2] Vendo ela os sofrimentos físicos de Jesus e seu desejo de padecer, perguntou: “Bom Jesus, qual foi o teu sofrimento maior: a dor corporal ou a dor do desejo?” Jesus lhe respondeu: “Milha filha, digo-te e não duvides: é impossível comparar o finito com o infinito. Meu sofrimento físico foi finito, mas o desejo de sofrer não tinha limites. Carreguei também a cruz do desejo santo. Lembras-te de que um dia te fiz ver meu nascimento? Enxergavas uma criancinha, nascida com uma cruz no peito! Afirmo-te: logo que fui semeado no ventre de Maria como semente encarnada, iniciou-se meu desejo de cumprir a vontade do Pai para o bem da humanidade. Isto é: eu desejava que a humanidade recuperasse a graça divina e atingisse a finalidade para a qual fora criada. O sofrimento desse desejo era maior que todo outro que padeci durante a vida. Meu espírito alegrou-se, pois, quando me vi conduzido à paixão, especialmente na hora da Ceia na quinta-feira santa. Na ocasião eu disse: com desejo desejei fazer esta Páscoa (Lc. 22, 15), quer dizer: desejei muito oferecer ao Pai meu corpo em sacrifício. Senti uma grande alegria e grande consolação quando vi chegar o momento de tomar a cruz esperada. Quanto mais eu sentia aproximarem-se o flagelo e os tormentos físicos, mais diminuía minha pena. A dor corporal expulsava a dor do desejo, pois eu via realizado o que esperava”.
A serva lhe perguntou: “Senhor, tu dizes que na cruz cessou o sofrimento do teu desejo. De que modo? Então, agora já não me queres?”. O Senhor lhe respondeu: “Não, minha doce filha! Quando morri na cruz, terminou com a vida a dor do desejo; mas não cessaram o meu desejo e a minha sede da vossa salvação. Se houvesse acabado o amor que tive e tenho pela humanidade, vós nem existiríeis mais. Foi meu amor que vos tirou do seio do Pai, quando vos criou na sua sabedoria; esse mesmo amor vos conserva em vida; vós nada mais sois que fruto do amor. Se o Pai retirasse seu amor, dado no poder e na sabedoria, voltaríeis ao nada. Eu, Filho unigênito do Pai, sou um aqueduto que vos traz a agua da graça. Eu manifesto o amor do Pai. De fato, o que o Pai possui, eu também possuo, pois sou um com o Pai e o Pai um comigo. Por meio de mim o Pai se revela. Por isso afirmei: o que recebi do Pai, eu vos comuniquei. A razão de tudo é o amor”.
Bem vedes, reverendo pai! Jesus, que é amor, morre de sede e fome da nossa salvação. Por amor a Cristo crucificado, peço que mediteis sobre tal sede do Cordeiro. Minha alma gostaria de vos ver morrendo de desejo santo, ou seja, tudo fazendo com amor pela glória de Deus e a salvação das almas, pela exaltação da santa Igreja.
Gostaria de vos ver crescendo em tal sede e por causa dela morrendo, como fez Jesus. Que morressem a vontade pessoal e o amor sensível. Que morrêsseis às honras, satisfações sociais e todo tipo de grandeza humana. Tenho certeza de que, se olhardes para o vosso íntimo, compreendereis que nada sois; entendereis que tudo vos foi dado por Deus numa grande chama de amor; vosso coração não oporia resistência ao ímpeto da caridade, mas eliminaria, todo amor próprio, não procuraria o que é útil à própria pessoa. Vós amaríeis a Deus por ele mesmo e também amaríeis o próximo, não por interesses pessoais, mas a fim de promover sua salvação eterna e a glória divina. Deus ama demais a humanidade. Também os servos de Deus devem amá-la, imitando o Criador. É condição da amizade que eu ame tudo aquilo que meu amigo ama. E os servos querem bem a Deus, não por interesse pessoal, mas porque Deus, bondade infinita, merece ser amado.
4. O exemplo de Paulo apóstolo
De fato, pai, os servos de Deus como que se esquecem da própria vida. Não pensam em si mesmos. Desejam sofrimentos, dificuldades, torturas, injúrias. Desprezam as dificuldades do mundo. A maior cruz e a maior dor, para eles, é ver Deus ofendido e as almas que se condenam. Por isso, deixam no esquecimento as preocupações pessoais. Não evitam as dificuldades, até as procuram e alegram-se com elas. Pensam no apóstolo Paulo, que se gloriava nos sofrimentos por amor a Cristo crucificado (Rm. 5, 3). Pois bem, quero que vós os imiteis.
5. Triste situação na hierarquia
Ai de mim, ai de mim! Como é infeliz a minha alma! Olhai e vede a realidade que caiu sobre o mundo, especialmente sobre a hierarquia da Igreja. Ai de mim! Explodem nossos corações e nossas almas ao perceber tanta ofensa feita a Deus. Vede, pai, o lobo infernal leva consigo pessoas que vivem na hierarquia da santa Igreja, e ninguém procura libertá-las. Dormem os pastores, cuidando de si mesmos na ganância e na impureza. Dormem ébrios de orgulho, sem notar que o lobo infernal, o diabo, lhes retira a graça, bem como aos seus súditos. Dessas coisas, pouco se preocupam. Tudo lhes serve de ocasião para a maldade e o egoísmo. Como é prejudicial o egoísmo nos prelados e nos súditos! Nos prelados, porque não corrigem os defeitos dos súditos. De fato, quem vive no egoísmo ama a si mesmo e nada corrige nos outros. Mas quem ama a si mesmo em Deus, foge do amor interesseiro, denuncia corajosamente os defeitos nos súditos, nunca se cala ou finge não ver.
6. Maldito o pastor que se cala. Conclusão
De semelhante amor desejo vos ver livre, querido pai. Rogo-vos não vos comporteis assim, a fim de que, não se aplique a vós aquela dura palavra divina: “Maldito sejas, porque te calaste”. Ai de mim! Calar, jamais! Gritai em cem mil línguas! Vejo que, por ter alguém calado, o mundo se arruinou e a santa Igreja encontra-se sem cor, sem sangue nas veias. Quero dizer: sem o sangue de Cristo, derramado por nós gratuitamente, sem mérito algum nosso. Devido ao orgulho, os pastores roubam a Deus a honra, atribuindo-a a si mesmos. Rouba-se por simonia com a venda de dons espirituais, a nós concedidos gratuitamente pelos méritos do sangue de Cristo. Ai de mim, morro e não consigo morrer! Não durmais por negligência. Aproveitai o tempo presente quanto possível. Outros tempos virão, acredito, em que podereis fazer outras coisas. Convido-vos ao tempo atual. Afastai da alma todo egoísmo, revesti-a com a sede de almas e com verdadeiras virtudes, para a glória divina e a salvação das almas. Fortalecei-vos no amor de Cristo. Logo veremos aparecer as flores. Esforçai-vos para que logo se erga o estandarte da Cruzada. [3] Que o vosso coração não se esfrie diante de nenhuma dificuldade emergente. Fortalecei-vos pensando que Jesus crucificado realizará os inflamados desejos dos seus servidores.
Nada mais digo. Permanecei no santo e doce amor de Deus. Afogai-vos no sangue de Cristo, pregai-vos na cruz com ele, banhai-vos no seu sangue. Pai, perdoai minha presunção. Jesus doce, Jesus amor.
Santa Catarina de Sena. Cartas Completas.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Como podemos nos preparar para o Advento?

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Precisamos estar prontos para o encontro com o Senhor

O Ano Litúrgico gira em torno das duas grandes festas do mistério de nossa salvação: o Natal e a Páscoa. A fim de nos prepararmos bem para essas duas solenidades de máxima importância, a Santa Igreja, com seu amor de mãe e sua sabedoria de mestra, instituiu o Advento, que nos predispõe para o Natal e a Quaresma e nos prepara para a Páscoa. Praticamente um mês e meio de Advento-Natal e três meses de Quaresma-Páscoa. O tempo chamado “Comum”, durante o ano, ajuda-nos a caminhar com a Igreja nas estradas da história, iluminados por esses mistérios de nossa fé e conduzidos pelo Espírito Santo.
Iniciamos o tempo do Advento, que assinala também o início de um novo Ano Litúrgico. No decurso dos quatro domingos do Advento, o povo cristão é convidado para preparar os caminhos para a vinda do Rei da Paz. O Cristo Senhor, que, há dois mil anos, nasceu como homem numa manjedoura em Belém da Judeia, deseja ardentemente nascer em nossos corações, conforme as santas palavras da Sagrada Escritura: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo" (Ap 3, 20).
No Advento temos a oportunidade de nos aprofundar na expectativa do "Senhor que virá para julgar os vivos e os mortos" e na semana que antecede a festa natalina a preparação próxima para celebrar o "Senhor que nasceu pobre no Oriente". Entre essas duas vindas, o cristão celebra, a cada dia, o seu coração que se abre para o “Senhor que vem” em sua vida e renova a sua existência.
Celebrar o Natal é reconhecer que "Deus visitou o seu povo" (cf. Lc 7, 16). Tal reconhecimento não se pode efetivar somente com nossas palavras. A visita de Deus quer atingir o nosso coração e transformar-nos desde dentro. A tão desejada transformação do mundo, a superação da fome, a vitória da paz e a efetiva fraternidade entre os homens dependem, na verdade, da renovação dos corações. Somos convidados, em primeiro lugar, a aprender a "estar com Jesus", e então nossa vida em sociedade verá nascer o Sol da Justiça.
O Advento constitui precisamente o tempo favorável para a preparação do nosso coração. Deixemo-nos transformar por Cristo, que mais uma vez quer nascer em nossa vida neste Natal. Celebrar bem a solenidade do Natal do Senhor requer que saibamos apresentar a Deus um coração bem disposto, pois "não desprezas, ó Deus, um coração contrito e humilhado" (Sl 51, 19). Um coração que busca com sinceridade a conversão é fonte de inestimável comunhão com o Senhor e com os irmãos. Neste tempo de Advento não tenhamos medo de Cristo. "Ele não tira nada, Ele dá tudo".

No Advento recordamos que nossa vida se orienta ao rosto de Deus, afirma o Papa


Em sua meditação prévia à oração do Angelus dominical, o Papa Bento XVI recordou que hoje –com o início do Advento- começa um novo Ano Litúrgico para a Igreja e pediu aos fiéis que esperem o nascimento de Cristo com a certeza de que toda a vida se orienta ao encontro com Deus.
“Hoje, iniciamos com toda a Igreja o novo Ano Litúrgico: um novo caminho de fé, a se viver unidos nas comunidades cristãs, mas também, como sempre, a se percorrer no interior da história do mundo, para abri-la ao mistério de Deus, à salvação que vem do seu amor. O Ano Litúrgico inicia com o Tempo do Advento: tempo estupendo em que se desperta nos corações a expectativa do retorno de Cristo e a memória da sua primeira vinda, quando se despojou da sua glória divina para assumir a nossa carne mortal”, afirmou o Papa em sua alocução deste domingo.
O Papa recordou que “Na realidade, o verdadeiro “patrão” do mundo não é o homem, mas Deus. O Evangelho de hoje diz: “Vigiai, pois, visto que não sabeis quando o senhor da casa voltará, se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que, vindo de repente, não vos encontre dormindo” (Mc 13,35-36). O Tempo do Advento vem a cada ano recordar-nos isso, para que a nossa vida reencontre a sua justa orientação, em direção ao rosto de Deus. O rosto não de um “patrão”, mas de um Pai e de um Amigo”.
“Com a Virgem Maria, que nos guia no caminho do Advento, façamos nossas as palavras do profeta. “Senhor, vós sois nosso pai; nós somos a argila da qual sois o oleiro: todos nós fomos modelados por vossas mãos””, conclui o Papa.
Ao final do Angelus, o Papa dirigiu-se aos peregrinos de língua portuguesa saudando com particular afeto aqueles peregrinos vindos de Lisboa e de Setúbal.
“O tempo do Advento convida-nos a fazer nossa a primeira vinda do Filho de Deus a fim de nos prepararmos para o seu regresso glorioso. Neste sentido, tomai por modelo e intercessora a Virgem Maria. E que Deus vos abençoe!”, desejou o Pontífice.

sábado, 26 de novembro de 2011

Um amigo fiel para todas as horas.


Ele nos quer todo o bem
Desde o início de sua vida até o momento de passar para a eternidade, todo ser humano é cercado pela proteção e intercessão de um anjo designado por Deus para o guiar, proteger e orientar. Assim, cada um de nós tem um Anjo da Guarda.
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Provavelmente, quase todos nós aprendemos em casa, ou nas aulas de catecismo, a clássica oração: “Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda, governa e ilumina. Amém”. Apesar disso, talvez tenha escapado alguma vez de nossos lábios uma pergunta, repassada mais de admiração do que de dúvida: “Então eu tenho mesmo um anjo incumbido por Deus de cuidar de mim?” É realmente admirável o fato de cada um de nós possuir um anjo cuja missão específica é favorecer-nos em tudo quanto se relacione com nossa salvação eterna, mas é essa a realidade: Deus “os fez mensageiros de seu projeto de salvação”, afirma o Catecismo da Igreja Católica. E diz São Paulo: “Não são todos os anjos espíritos ao serviço de Deus, o qual lhes confia missões para o bem daqueles que devem herdar a salvação?” (Hb 1,14).

“Grande é a dignidade das almas – exclama São Jerônimo -, quando cada uma delas, desde a hora de seu nascimento, tem um anjo destinado para sua custódia!” É muito reconfortante saber que um ser superior à nossa natureza está continuamente a nosso lado; que ele, puro espírito, mantém-se na contemplação incessante de Deus e, ao mesmo tempo, vela por nós, quer-nos todo o bem, e seu objetivo é levar-nos para a felicidade perfeita e infindável do Céu.
Quando nos damos conta da presença desse incomparável guardião, estabelecemos com ele uma amizade firme e íntima, como descreve o grande escritor francês Paul Claudel: “Entre o anjo e nós existe algo permanente.
Há uma mão que, ainda quando dormimos, não solta a nossa. Sobre a terra onde nos encontramos, compartilhamos o pulso e o latejar do coração desse irmão celeste que fala com o nosso Pai”.
Se tivéssemos maior confiança nesse celeste protetor, nesse bom amigo que nunca falha – ainda quando dele nos
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 afastamos, por nossa má conduta -, seríamos capazes de recobrar a paz e o equilíbrio dos quais tanto precisamos!

Eles estão a nosso lado, incansáveis, solícitos, bondosos
A Bem-Aventurada Hosana Andreasi, de Mântua (Itália), ainda com seis anos de idade, tomara o gosto de passear pelas margens do Rio Pó, extasiada com a beleza do panorama. Um dia encontrava-se sozinha nesse lugar, quando de repente viu surgir diante de si um belo jovem, alto e forte. Nunca o havia visto antes… Surpresa, mas não amedrontada, ouviu o recém-chega chegado dizer com voz clara, ao mesmo tempo suave e firme: “A vida e a morte consistem em amar a Deus”. Sua surpresa aumentou quando o “jovem” a ergueu do chão e, olhando-a diretamente nos olhos, acrescentou: “Para entrar no Céu, você precisa amar muito a Deus.
Ame?O. Tudo foi criado por Ele, para que as pessoas O amem”. Foi este o primeiro de numerosos encontros que Hosana teve, até seu falecimento (em 1505), com seu Anjo da Guarda.
Casos como esse, de relacionamento intenso com os anjos, não são nada raros. Santa Gemma Galgani (1878- 1903), por exemplo, teve a constante companhia de seu anjo protetor, com quem mantinha um trato familiar. Ele lhe prestava todo tipo de ajuda, até mesmo levando suas mensagens para seu confessor, em Roma.
Ainda mais próximos de nós, encontramos os episódios freqüentes ocorridos com São Pio de Pietrelcina (1887-1968), grande incentivador da devoção aos Anjos da Guarda. Em diversas ocasiões ele recebeu recados dos Anjos da Guarda de pessoas que, à distância, necessitavam de algum auxílio dele.
O Beato João XXIII, outro grande devoto dos anjos, dizia: “Nosso desejo é que aumente a devoção ao Anjo Custódio”. Nossos anjos guardiães estão ao lado de cada um de nós, incansáveis, solícitos, bondosos, prontos para nos ajudar em tudo quanto precisarmos – inclusive em nossas necessidades materiais, mas especialmente para nos proporcionar os bens espirituais, auxiliando- nos a caminhar na via da virtude.
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Estimado leitor, queira Deus que esses pensamentos, tirados da Revelação e do tesouro da Santa Igreja, possam nos ajudar a nos tornarmos mais próximos desses fiéis amigos celestiais, consolando-nos e animando- nos. E aumentar nossa vontade de conhecê-los sem os sagrados véus da fé, quando nos encontrarmos lá no alto, no Reino dos Céus.

Os outros anjos…
Além dos Anjos da Guarda, outros espíritos angélicos vagam pela terra e têm um extremo interesse em nós… para nossa perdição: os demônios, anjos decaídos, que outrora faziam parte da corte celestial. Revoltando- se contra Deus, passaram a trabalhar com um objetivo diametralmente oposto àquele para o qual Ele os criou. Sua preocupação única e obsessiva é a de nos fazer perder a possibilidade de contemplarmos a Deus por toda a eternidade. A isso os movem o ódio a seu Criador, cujo plano para a humanidade desejam obstruir, e a inveja do gênero humano, pois somos capazes de alcançar aquela felicidade eterna que eles perderam para sempre.
Se os demônios tanto nos perseguem, por que não recorrermos ao Anjo da Guarda, pedindo sua proteção? Certamente, crescer no relacionamento com ele significará estar mais defendido das ações dos espíritos malignos, e ser mais ajudado na luta contra as tentações.
Diz São João da Cruz: “Os anjos, além de levar a Deus notícias de nós, trazem os auxílios divinos para nossas almas e as apascentam como bons pastores (…) amparando-nos e defendendonos dos lobos, os demônios”.
Confiando-nos inteiramente aos nossos Anjos da Guarda, não precisamos temer os demônios. Afinal, estes últimos nada conseguem contra o poder daqueles.

domingo, 20 de novembro de 2011

Como era a confissão com o Santo Padre Pio?


Padre Pio tinha o Carisma de Conhecer o interior das pessoas a consciência.
“Aquelas a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, ser-lhe-ão retidos”. (Jo 20,23)
Essas palavras de Jesus eram bem impressas no coração de Padre Pio, unicamente pela percepção de ter de ser ministro da Misericórdia Divina. Mas sabia se podia absolver ou não absolver, segundo a disposição do penitente. Era severo com os curiosos, hipócritas e mentirosos, e amoroso e compassivo com os verdadeiramente arrependidos.
Seu confessionário não era uma máquina de absolvições, mas um lugar de conversas. Queria que o arrependimento por todos os pecados, quer mortais ou veniais, fosse verdadeiro. Nisto era clara sua percepção de absoluta santidade de Deus, da necessidade que a alma chegasse ao Juízo, purificada nesta Terra, além de estado de Graça, porque sabia bem como são grandes as penas do Purgatório.
Ficaram conhecidos vários casos de pessoas que, confessando, acusavam-se assim:
-“Padre, eu cometi pecadinhos usuais, as besteiras de sempre….”.
E ele, irredutível:
- “Pecadinhos? Besteira ofender a Deus? Vá embora”, e naquele momento não havia nada a ser feito.
Suas confissões são como atos de anúncio e de salvação, de dor e de glória, de reprimenda e de amor.
Atesta uma carta de Foggia, em 23 de agosto de 1916:
“Deveria saber que não me deixaria um momento livre: um turbilhão de almas sedentas de Jesus me desaba, antes mesmo de colocar as mãos nos bolsos” (Ep. I).
Ele se prodigaliza com a evidente certeza que o confessionário é um tribunal de Misericórdia Divina, mas ao mesmo tempo a sofrida função da caridade sacerdotal.
Para um penitente, disse:
“Não vê como está escuro? Vá colocar as coisas no lugar, muda de vida e depois volta que eu te confesso”.
Padre Tarcísio, presenciou a cena, ficou abatido por aquela resposta, mas Padre Pio lhe disse:
“Se tu soubesses como essas situações ferem primeiro o meu coração! Mas se fosse assim, muitos não se converteriam a Deus…”.
Muitas vezes repetia:
“Gerei-lhe no amor e na dor”. Eu posso também golpear os meus filhos, mas choro por todos os que me procuram! “Quero carregá-los sem resistência, como uma pipa”.
Levava ao coração dos penitentes, esperança e fidelidade no perdão divino. Escreveu:
“Você não tem tempo de amar o Senhor? Não O ama ainda? Não deseja amá-Lo para sempre? Não tenha medo por isso! Mesmo admitindo que você tenha cometido todos os pecados deste mundo, Jesus te repete: ‘são-te perdoados muitos pecados, porque muito você amou”’ (Ep.III).
E mais uma vez:
“Tenho como certo que Deus pode regenerar tudo em uma criatura concebida no pecado e que carrega a carga hereditária permanente de Adão: mas não pode, absolutamente, rejeitar o desejo sincero de amá-Lo” (Ep. IV).
Uma alma que lhe pedisse o que fosse no confessionário, respondia:
“O trono deve ser a maestria de Deus”.
A um jovem que chorava, Padre Pio perguntou:
- “Por que chora?”.
Respondeu:
- “Porque não me deu absolvição”.
Com carinho, Padre Pio consolou-o:
- “Filho, é assim, a absolvição não te foi negada para mandá-lo ao inferno, mas ao paraíso”.
O cardeal Lercaro, durante o Congresso Eucarístico diocesano de Trapani, em 1969, celebrando o padre, disse:
“O confessionário era para ele um manancial de sofrimento interior, espiritual: a sua paixão. O pecado pesava sobre ele, o pecado que ele escutava, contestava e reprovava, por chamar a si aquela misericórdia de Deus; o pecado, que em nome de Deus perdoava, era uma ferida em sua alma… Ele unia seu sofrimento ao de Cristo para que a culpa dos irmãos fossem perdoadas”.
A sede de almas o fazia rezar também longas noites de vigília. Um confrade é testemunha de sua súplica:
“Jesus, Maria, piedade!”; “Oh, Jesus, te recomendo aquela alma, deve convertê-la, salvá-la…Se tiver que castigar os homens, castiga-me, ficarei feliz… Ofereço-me por inteiro a Ti, por todos eles”.
Padre Pio costumava dizer:
“Se soubessem quanto custa uma alma! As almas não foram dadas de presente: foram compradas! Vocês ignoram aquilo o que custaram a Jesus. Ora, precisam pagar-Lhe sempre com a mesma moeda?”.
Escreveu ao padre Benedeto em 3 de junho de 1919:
“Todo o tempo é curto para libertar os irmãos das garras de Satanás. Bendito seja Deus… A maior caridade é aquela de tirar as almas de Satanás e ganha-las a Cristo. E neste ponto, sigo assiduamente, de noite e de dia… vi esplêndidas conversões” (Ep.I).
E tinha um verdadeiro propósito. Muitos de nós se confessa com rapidez, quase como um hábito. Com ele isso não era possível.
Uma vez um jovem disse:
-“Sabe? Tive que voltar três vezes para que Padre Pio me desse a absolvição. Eu não entendi porque me mandava ir embora; eu parecia ser sincero, arrependido. Na terceira vez havia em mim uma certa decisão para corrigir-me de um defeito. Sem que dissesse nada, o padre foi breve e me liberou”.
Ele podia fazer coisas assim porque se demorava muito, mas nem a todos era possível. Em algumas Missas, se alguém, após ter se confessado, precisasse de confessar novamente, deveria esperar passar ao menos sete dias. Sim, porque muitos voltavam a San Giovanni até serem absolvidos.
Este é um fato que merece um aprofundamento maior. Muitas vezes seus confrades faziam observações a este respeito, recomendando-lhe que desse alguma indulgência. Mas ele respondia: “O faço para o bem dele; não acredita que eu sofro também? Mas se tu soubesses como ficam depois, como não sossegam!”.
Há, casos de pessoas que partiram de San Giovanni Rotondo revoltados contra o Padre Pio por não terem obtido a absolvição, decididas a não voltarem mais. Mas depois entendiam, logo em seguida, e sentiam um desejo quase irresistível de retornar.
Padre Pio amava o pecador, mas era intransigente com o pecado. Eram típicas certas frases suas:“Asseguro, tu vais para o inferno”; “Quando deixarás de fazer porcarias?”; “Não sabes que é pecado mortal? Vai embora!”. A multidão implorava, insistia, mas era difícil que mudasse de opinião daquela vez. Não guardava a fisionomia de ninguém: rico ou pobre, bonito ou feio, ele guardava as almas. Todos em fila, iguais, fosse um ministro ou um operário.
Muitos haviam dito:
“Que semelhança deve ter como o juízo de Deus, com as almas todas descobertas”. Um fator humano também contribuía: com a freqüência espera longa, de dias ou mesmo de semanas, havia a necessidade de serem breves, pelo grande fluxo, de modo que as pessoas preparassem bem o que iriam dizer. Era o momento de pensar, passar e repassar o próprio discurso.
Se sabia, e diziam, que ele era dulcíssimo quando alguém estava realmente arrependido; prático em guiar as almas dizendo algum elogio; paciente, logo após a confissão, ainda escutava. Certamente, trabalhava muito com a Graça de Deus para predispor as almas, para fazê-las compreender a gravidade do pecado.
Do Padre Pio confessor ficou impresso o gesto solene como qual dava a bênção pronunciando as palavras de absolvição. Todos os sacerdotes absolvem; mas a absolvição através de Padre Pio trazia uma paz que era um verdadeiro dom de Deus. Muitas vezes, com um pequeno gesto.
Um sacerdote entendia ver, enquanto Padre Pio levantava a mão, uma pequena gota de sangue que se acendia no meio da chaga; ele percebeu um grande significado; deve ter sentido o quanto custava ao padre as confissões.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O alfabeto da lei de Deus

Apelo à solidariedade para com as populações atingidas por calamidades naturais

Construído segundo a estrutura do alfabeto hebraico, o salmo 119 representa "um importante e solene canto sobre a Torah". Ressaltou Bento XVI na audiência geral de quarta-feira 9 de Novembro, na praça de São Pedro. "A Torah - explicou o Papa - é revelação, é Palavra de Deus que interpela o homem e suscita a resposta de obediência confiante e de amor generoso". Deste amor pela Palavra está imbuído todo o salmo, que segundo o Santo Padre contém "todo o vocabulário da relação confiante do crente com Deus; nele encontramos o louvor, a acção de graças, a confiança, mas também a súplica e a lamentação, mas sempre cheios da certeza da graça divina e do poder da Palavra de Deus". A lei divina exige a escuta feita de obediência não servil, mas filial, confiante e consciente". Esta atitude - acrescentou o Papa - conduz a um "encontro pessoal com o Senhor da vida, um encontro que deve traduzir-se em escolhas concretas e tornar-se caminho e seguimento".

O Pontífice c0nvidou também a redescobrir a "beleza" e a "força" do celibato sacerdotal precisamente à luz dos versículos do salmo, que indicam no Senhor o "único bem" e a "única fonte de vida verdadeira".

No final da audiência, antes de saudar os fiéis em várias línguas, o Sumo Pontífice dirigiu um pensamento às vítimas das catástrofes naturais que nestes dias atingiram vários países do mundo, desejando que "as instituições e os homens de boa vontade colaborem, com espírito generoso, para socorrer os milhares de pessoas provadas por tais calamidades". Em seguida, teve lugar a cerimónia para a atribuição da cidadania honorária do município de Natz-Schabs/Naz-Sciaves, na província de Bolzano, onde nasceram Elisabeth Maria Tauber e Maria Tauber-Peintner, respectivamente bisavó e avó maternas de Joseph Ratzinger. Ao saudar a delegação, o Papa confidenciou algumas recordações de família relacionadas com a vida das duas mulheres. Citando uma frase do dialecto bávaro, contou também o grande amor que lhe foi transmitido pela mãe para com aquela região, uma terra embelezada não só pela criação, mas também pelas obras que os homens souberam realizar em resposta aos dons do Criador.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

SEM A CARIDADE, NADA SOU!


Eu e o Pai, diz o Filho, viremos a ele, isto é, ao homem santo, e faremos nele a nossa morada.
A ele, isto é, ao homem santo. Penso que também o Profeta não falou de outro céu quando disse: Vós habitais na morada santa, ó louvor de Israel .
E o Apóstolo afirma claramente: Cristo habita em vossos corações, pela fé.
Não é de admirar que o Senhor Jesus tenha prazer em habitar nesse céu. Para criá-lo, ele não disse simplesmente: “Faça-se”, como às demais criaturas.
Mas lutou para conquistá-lo, morreu para redimi-lo. Por isso, depois de ter sofrido, afirmou com mais ardor: Eis o lugar do meu repouso para sempre, eu fico aqui: este é o lugar que preferi .
Feliz da alma à qual se diz: Vem, minha amada; colocarei em ti o meu trono.
Por que, agora, te entristeces, ó minha alma, e gemes no meu peito?.
Pensas que também em ti não poderás encontrar um lugar para o Senhor? E que lugar em nós será digno de sua glória e suficiente para sua majestade? Quem me dera merecesse pelo menos adorá-lo no lugar em que colocou seus pés! Quem me dera pudesse ao menos agarrar-me no mínimo às pegadas de alguma alma santa que ele escolheu por sua herança!
Oxalá ele se digne infundir em minha alma o óleo de sua misericórdia, de modo que também eu possa dizer: De vossos mandamentos corro a estrada, porque vós me dilatais o coração .
Então poderei, talvez, também eu, mostrar em mim mesmo, se não um grande cenáculo preparado, em que ele possa sentar-se à mesa com seus discípulos, pelo menos um lugar onde possa reclinar a cabeça.
Depois é necessário que a alma cresça e se dilate, para ser capaz de Deus. Ora, sua medida é seu amor, como diz o Apóstolo: Dilatai-vos no amor.
De fato, embora a alma, sendo espírito, não ocupe uma extensão corporal, contudo a graça lhe concede o que lhe foi negado pela natureza. Cresce e se estende, mas espiritualmente. Cresce e aumenta, até chegar ao estado de adulto, até chegar à estatura de Cristo em sua plenitude (Ef 4, 13). Cresce até se tornar um templo santo no Senhor.
Calcule-se, pois, a grandeza de cada alma pela medida de sua caridade: a que tem muita é grande, a que tem pouca é pequena, a que não tem nenhuma é nada, como diz São Paulo: Se eu não tiver caridade, nada sou (1Cor 13, 2).
Sermão de São Bernardo, abade de Claraval, grande Doutor da Igreja do século XII. Trata-se do trecho de um de seus admiráveis sermões sobre o Cântico dos Cânticos.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A serpente de bronze


Em geral, a Divina Providência não se manifesta diretamente aos homens, mas se utiliza de instrumentos. Moisés e a serpente de bronze, considerados na Liturgia deste mês, são dos exemplos mais belos e eloqüentes dessa realidade.

Suscitado por Deus para libertar o Povo Eleito da escravidão no Egito, Moisés foi sem dúvida dos maiores homens que a História conheceu.

Para realizar essa missão humanamente impossível, realizou prodígios como ninguém. Para vergar o Faraó, desencadeou as dez pragas. Na condução do povo à terra prometida, abriu as águas do Mar Vermelho, fazendo os hebreus atravessarem a pé enxuto; fez brotar água de rochedos; cair maná do céu, culminando tudo com as Tábuas da
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Moisés foi um dos maiores homens
que a história conheceu (escultura
do pórtico da catedral de Colônia, 
Alemanha
Lei, em que o próprio Deus lhe transmitiu os Dez Mandamentos.

Entretanto, o povo israelita - testemunha e beneficiário de todos esses prodígios - não correspondia com gratidão à bondade divina. Na peregrinação de quarenta anos pelo deserto, com muita freqüência duvidava de sua infinita bondade ou de sua onipotência, e punha-se a murmurar e reclamar contra os céus e Moisés.

Dúvidas, desconfianças e murmurações
Assim, apenas três dias após a milagrosa passagem do Mar Vermelho, começaram as murmurações - "Que havemos de beber?" (Ex 15, 24) - pois eram amargas as águas de Mara, onde chegaram. Moisés, então, por indicação do Senhor, jogou na água um madeiro que a transformou em água doce.

Decorridos menos de dois meses, reiniciaram as dúvidas e reclamações: "Oxalá tivéssemos sido mortos pela mão do Senhor no Egito, quando nos assentávamos diante das panelas de carne e tínhamos pão em abundância! Vós nos conduzistes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão" (Ex 16, 3). Em resposta, Deus enviou-lhes uma nuvem de codornizes e, a partir desse dia, fez cair do céu todas as manhãs o maná, saboroso e nutritivo, do qual, durante 40 anos, se alimentaram 600 mil homens aptos para a guerra, além das mulheres e crianças.

Na etapa seguinte da caminhada, nova recaída: "Por que nos fizeste sair do Egito? Para nos fazer morrer de sede com nossos filhinhos e nossos rebanhos?" Então dirigiu Moisés esta prece ao Senhor: "Que farei a este povo? Mais um pouco e irão apedrejar-me" (Ex 17, 3-4).
Manifestações de desconfiança, de murmuração e de espírito de revolta eclodiam, por assim dizer, em cada etapa do percurso. Somente contra Moisés? Não, contra o próprio Deus: "Ele ouviu as murmurações que proferistes contra Ele. Nós, porém, quem somos? Não é contra nós que murmurastes, mas contra o Senhor" (Ex 16, 8).
Deus, paciente e misericordioso, atendia sempre às súplicas de seu Profeta e perdoava o povo "de dura cerviz". Às vezes, para bem desse mesmo povo, mandava-lhe uma salutar punição.
"Enviou serpentes ardentes que picaram e mataram muitos"
Um desses castigos foi o das mortíferas serpentes.

Logo após ser favorecido pelo Senhor dos Exércitos com uma vitória contra os cananeus, o povo hebreu partiu em direção ao Mar Vermelho. No caminho, perdeu a coragem e recomeçou a murmurar mais uma vez contra Deus e Moisés: "Por que nos tirastes do Egito, para morrermos no deserto onde não há pão nem água? Estamos enfastiados deste miserável alimento" (Nm 21, 5).
O Senhor, então, enviou contra eles serpentes ardentes que picaram e mataram muitos. Ante a evidência do desagrado divino, reconheceram seu pecado e recorreram à intercessão de Moisés: "Pecamos, murmurando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós essas serpentes" (Nm 21, 7).
O Profeta intercedeu por eles e foi prontamente atendido, como sempre. Deus, porém, em vez de eliminar as serpentes, querendo dar uma grande lição moral ao povo, disse a Moisés: "Faze para ti uma serpente ardente e mete-a sobre um poste. Todo aquele que for mordido, olhando para ela, será salvo" (Nm 21, 8). Moisés mandou, pois, fundir uma serpente de bronze e fixá-la num poste. E, diz o Livro dos Números, "se alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, conservava a vida" (21, 9).
Prefigura de Jesus e de Maria
Portanto, para quem recebia a picadura mortal da cobra, não adiantava recorrer diretamente a Deus: "Senhor, salva-me!" Também não resolvia seu caso pedindo ajuda a Moisés. Não... Se não queria morrer, era indispensável olhar para a serpente de bronze erguida no poste.

Por quê? Deus poderia tudo fazer diretamente, sem intermediário algum. Mas, em sua infinita Sabedoria, quer Ele servirse de intercessores e de símbolos, como Moisés e a serpente de bronze. Esta simboliza o Divino Redentor, conforme afirma o Evangelho de São João: "Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem, para que todo homem que n'Ele crer tenha a vida eterna" (Jo 3, 14).

E é um formoso símbolo também da Virgem Maria, Co-redentora do gênero humano e Medianeira de todas as graças, para quem devemos olhar em todos os momentos da vida. Isto nos ensina, com palavras de fogo, o grande São Bernardo, exortando-nos a invocar Maria, a Estrela do Mar:

"Se o vento das tentações se levanta, se o escolho das tribulações se interpõe em teu caminho, olha a estrela, invoca Maria.

"Se és balouçado pelas vagas do orgulho, da ambição, da maledicência, da inveja, olha a estrela, invoca Maria.

"Se a cólera, a avareza, os desejos impuros sacodem a frágil embarcação de tua alma, levanta os olhos para Maria.

"Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria.

"Seguindo-A, não te transviarás; rezando a Ela, não desesperarás; pensando n'Ela, evitarás todo erro."

domingo, 6 de novembro de 2011

Ierognosia. Você sabe o que é? Veja alguns casos ocorridos com Padre Pio.

Padre Pio tinha o dom de reconhecer se um homem era um Padre e se os objetos que lhe apresentavam já tinham sido abençoados. . O fenômeno de “ierognosia” estava entre tantos outros carismas que o Padre Pio possuía. Um dia um cavalheiro que usava jaqueta amarra e arqueja, estava na sacristia junto com outros homens que esperavam pela chegada do Padre Pio. Ele estava na primeira fila. Quando Frei Pio o notou, lhe disse: “Irmão, você tem vindo disfarçado”, mas você não tem por que se envergonhar de vir para me ver. Na próxima vez você pode voltar vestido como padre que é.
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Padre Pio falou para um homem jovem que vestia arqueje e suéter para ir embora e voltar vestido com o hábito dominicano. Confuso, envergonhado, o homem jovem confessou na frente de todo o mundo que era um padre dominicano.
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Às vezes, quando lhe foram mostrados a Frei Pio alguns objetos como coroas do Rosário ou imagens sagradas com o pedido de que as abençoasse, ele devolveu alguns dos objetos ao solicitante com a declaração precisa: “Isto já foi abençoado”. E era verdade.
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Padre Pio podia sentir se um copo de água era água benta. E se alguém lhe dava uma garrafa com água de Lourdes dentro, sem lhe falar de onde esta água procedia, ele levava a garrafa até os lábios e a beijava..
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Uma vez, um motorista de ônibus de Roma, a quem Nossa Senhora tinha se aparecido na caverna das Três Fontes de Roma (a Virgem da Revelação) foi se encontrar com Padre Pio. Ele contou: “Quando eu estava na frente dele – nós nunca tínhamos nos encontrado antes – eu lhe dei um pequeno envelope, sem lhe contar o que continha. Padre Pio pegou o envelope, apertou-o sobre o peito com paixão e não mo devolveu. O pequeno envelope continha um pouco de terra da caverna das Três

sábado, 29 de outubro de 2011

O verdadeiro Deus é acessível a todos


Deus não é "propriedade dos crentes e ninguém em seu nome se pode "sentir autorizado à violência em relação aos outros". Eis o apelo lançado pelo Papa em Assis por ocasião do dia de reflexão, diálogo e oração pela paz e a justiça no mundo, inaugurado na manhã de quinta-feira, 27 de Outubro, com o encontro dos chefes religiosos na basílica de Santa Maria dos Anjos.

Queridos irmãos e irmãs,
distintos Chefes e representantes das Igrejase
Comunidades eclesiais e das religiões do mundo
queridos amigos!
Passaram-se vinte e cinco anos desde quando pela primeira vez o beato Papa João Paulo II convidou representantes das religiões do mundo para uma oração pela paz em Assis. O que aconteceu desde então? Como se encontra hoje a causa da paz? Naquele momento, a grande ameaça para a paz no mundo provinha da divisão da terra em dois blocos contrapostos entre si. O símbolo saliente daquela divisão era o muro de Berlim que, atravessando a cidade, traçava a fronteira entre dois mundos. Em 1989, três anos depois do encontro em Assis, o muro caiu, sem derramamento de sangue. Inesperadamente, os enormes arsenais, que estavam por detrás do muro, deixaram de ter qualquer significado. Perderam a sua capacidade de aterrorizar. A vontade que tinham os povos de ser livres era mais forte que os arsenais da violência. A questão sobre as causas de tal derrocada é complexa e não pode encontrar uma resposta em simples fórmulas. Mas, ao lado dos factores económicos e políticos, a causa mais profunda de tal acontecimento é de carácter espiritual: por detrás do poder material, já não havia qualquer convicção espiritual. Enfim, a vontade de ser livre foi mais forte do que o medo face a uma violência que já não tinha convicção espiritual alguma. Sentimo-nos agradecidos por esta vitória da liberdade, que foi também e sobretudo uma vitória da paz. E é necessário acrescentar que, embora neste contexto não se tratasse somente, nem talvez primariamente, da liberdade de crer, também se tratava dela. Por isso, podemos de certo modo unir tudo isto também com a oração pela paz.
Mas, que aconteceu depois? Infelizmente, não podemos dizer que desde então a situação se caracterize por liberdade e paz. Embora a ameaça da grande guerra não se aviste no horizonte, todavia o mundo está, infelizmente, cheio de discórdias. E não é somente o facto de haver, em vários lugares, guerras que se reacendem repetidamente; a violência como tal está potencialmente sempre presente e caracteriza a condição do nosso mundo. A liberdade é um grande bem. Mas o mundo da liberdade revelou-se, em grande medida, sem orientação, e não poucos entendem, erradamente, a liberdade também como liberdade para a violência. A discórdia assume novas e assustadoras fisionomias e a luta pela paz deve-nos estimular a todos de um modo novo.
Procuremos identificar, mais de perto, as novas fisionomias da violência e da discórdia. Em grandes linhas, parece-me que é possível individuar duas tipologias diferentes de novas formas de violência, que são diametralmente opostas na sua motivação e, nos particulares, manifestam muitas variantes. Primeiramente temos o terrorismo, no qual, em vez de uma grande guerra, realizam-se ataques bem definidos que devem atingir pontos importantes do adversário, de modo destrutivo e sem nenhuma preocupação pelas vidas humanas inocentes, que acabam cruelmente ceifadas ou mutiladas. Aos olhos dos responsáveis, a grande causa da danificação do inimigo justifica qualquer forma de crueldade. É posto de lado tudo aquilo que era comummente reconhecido e sancionado como limite à violência no direito internacional. Sabemos que, frequentemente, o terrorismo tem uma motivação religiosa e que precisamente o carácter religioso dos ataques serve como justificação para esta crueldade monstruosa, que crê poder anular as regras do direito por causa do "bem" pretendido. Aqui a religião não está ao serviço da paz, mas da justificação da violência.
A crítica da religião, a partir do Iluminismo, alegou repetidamente que a religião seria causa de violência e assim fomentou a hostilidade contra as religiões. Que, no caso em questão, a religião motive de facto a violência é algo que, enquanto pessoas religiosas, nos deve preocupar profundamente. De modo mais subtil mas sempre cruel, vemos a religião como causa de violência também nas situações onde esta é exercida por defensores de uma religião contra os outros. O que os representantes das religiões congregados no ano de 1986, em Assis, pretenderam dizer - e nós o repetimos com vigor e grande firmeza - era que esta não é a verdadeira natureza da religião. Ao contrário, é a sua deturpação e contribui para a sua destruição. Contra isso, objecta-se: Mas donde deduzis qual seja a verdadeira natureza da religião? A vossa pretensão por acaso não deriva do facto que se apagou entre vós a força da religião? E outros objectarão: Mas existe verdadeiramente uma natureza comum da religião, que se exprima em todas as religiões e, por conseguinte, seja válida para todas? Devemos enfrentar estas questões, se quisermos contrastar de modo realista e credível o recurso à violência por motivos religiosos. Aqui situa-se uma tarefa fundamental do diálogo inter-religioso, uma tarefa que deve ser novamente sublinhada por este encontro. Como cristão, quero dizer, neste momento: É verdade, na história, também se recorreu à violência em nome da fé cristã. Reconhecemo-lo, cheios de vergonha. Mas, sem sombra de dúvida, tratou-se de um uso abusivo da fé cristã, em contraste evidente com a sua verdadeira natureza. O Deus em quem nós, cristãos, acreditamos é o Criador e Pai de todos os homens, a partir do qual todas as pessoas são irmãos e irmãs entre si e constituem uma única família. A Cruz de Cristo é, para nós, o sinal daquele Deus que, no lugar da violência, coloca o sofrer com o outro e o amar com o outro. O seu nome é "Deus do amor e da paz" (2 Cor 13, 11). É tarefa de todos aqueles que possuem alguma responsabilidade pela fé cristã, purificar continuamente a religião dos cristãos a partir do seu centro interior, para que - apesar da fraqueza do homem - seja verdadeiramente instrumento da paz de Deus no mundo.
Se hoje uma tipologia fundamental da violência tem motivação religiosa, colocando assim as religiões perante a questão da sua natureza e obrigando-nos a todos a uma purificação, há uma segunda tipologia de violência, de aspecto multiforme, que possui uma motivação exactamente oposta: é a consequência da ausência de Deus, da sua negação e da perda de humanidade que resulta disso. Como dissemos, os inimigos da religião vêem nela uma fonte primária de violência na história da humanidade e, consequentemente, pretendem o desaparecimento da religião. Mas o "não" a Deus produziu crueldade e uma violência sem medida, que foi possível só porque o homem deixara de reconhecer qualquer norma e juiz superior, mas tomava por norma somente a si mesmo. Os horrores dos campos de concentração mostram, com toda a clareza, as consequências da ausência de Deus.
Aqui, porém, não pretendo deter-me no ateísmo prescrito pelo Estado; queria, antes, falar da "decadência" do homem, em consequência da qual se realiza, de modo silencioso, e por conseguinte mais perigoso, uma alteração do clima espiritual. A adoração do dinheiro, do ter e do poder, revela-se uma contra-religião, na qual já não importa o homem, mas só o lucro pessoal. O desejo de felicidade degenera num anseio desenfreado e desumano como se manifesta, por exemplo, no domínio da droga com as suas formas diversas. Aí estão os grandes que com ela fazem os seus negócios, e depois tantos que acabam seduzidos e arruinados por ela tanto no corpo como na alma. A violência torna-se uma coisa normal e, em algumas partes do mundo, ameaça destruir a nossa juventude. Uma vez que a violência se torna uma coisa normal, a paz fica destruída e, nesta falta de paz, o homem destrói-se a si mesmo.
A ausência de Deus leva à decadência do homem e do humanismo. Mas, onde está Deus? Temos nós possibilidades de O conhecer e mostrar novamente à humanidade, para fundar uma verdadeira paz? Antes de mais nada, sintetizemos brevemente as nossas reflexões feitas até agora. Disse que existe uma concepção e um uso da religião através dos quais esta se torna fonte de violência, enquanto que a orientação do homem para Deus, vivida rectamente, é uma força de paz. Neste contexto, recordei a necessidade de diálogo e falei da purificação, sempre necessária, da vivência da religião. Por outro lado, afirmei que a negação de Deus corrompe o homem, priva-o de medidas e leva-o à violência.
Ao lado destas duas realidades, religião e anti-religião, existe, no mundo do agnosticismo em expansão, outra orientação de fundo: pessoas às quais não foi concedido o dom de poder crer e todavia procuram a verdade, estão à procura de Deus. Tais pessoas não se limitam a afirmar "Não existe nenhum Deus", mas elas sofrem devido à sua ausência e, procurando a verdade e o bem, estão, intimamente estão a caminho d'Ele. São "peregrinos da verdade, peregrinos da paz". Colocam questões tanto a uma parte como à outra. Aos ateus combativos, tiram-lhes aquela falsa certeza com que pretendem saber que não existe um Deus, e convidam-nos a tornar-se, em lugar de polémicos, pessoas à procura, que não perdem a esperança de que a verdade exista e que nós podemos e devemos viver em função dela. Mas, tais pessoas chamam em causa também os membros das religiões, para que não considerem Deus como uma propriedade que de tal modo lhes pertence que se sintam autorizados à violência contra os demais. Estas pessoas procuram a verdade, procuram o verdadeiro Deus, cuja imagem não raramente fica escondida nas religiões, devido ao modo como eventualmente são praticadas. Que os agnósticos não consigam encontrar a Deus depende também dos que crêem, com a sua imagem diminuída ou mesmo deturpada de Deus. Assim, a sua luta interior e o seu interrogar-se constituem para os que crêem também um apelo a purificarem a sua fé, para que Deus - o verdadeiro Deus - se torne acessível. Por isto mesmo, convidei representantes deste terceiro grupo para o nosso Encontro em Assis, que não reúne somente representantes de instituições religiosas. Trata-se de nos sentirmos juntos neste caminhar para a verdade, de nos comprometermos decisivamente pela dignidade do homem e de assumirmos juntos a causa da paz contra toda a espécie de violência que destrói o direito. Concluindo, queria assegura-vos de que a Igreja Católica não desistirá da luta contra a violência, do seu compromisso pela paz no mundo. Vivemos animados pelo desejo comum de ser "peregrinos da verdade, peregrinos da paz". 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Um caminho que dura a vida inteira

É uma imagem sugestiva tirada dos Actos dos apóstolos, o livro bíblico que narra os primeiros passos da Igreja, que abre e intitula o motu proprio de Bento XVI com o qual se convoca um novo "ano da fé", análogo àquele desejado por Paulo VI dois anos depois da conclusão do Vaticano II para recordar o martírio dos apóstolos padroeiros de Roma: Porta fidei, exactamente, a porta que Deus abriu aos pagãos na época do imperador Cláudio e das missões de Paulo. E por conseguinte, desde então, a todos os povos. Até hoje, no início do século XXI, num mundo global sujeito a mudanças rápidas e imprevisíveis.
O documento - anunciado pelo Papa, na conclusão do importante encontro com o qual o organismo encarregado da nova evangelização se pôs de facto em funcionamento - é quase uma pequena encíclica, impregnada de referências bíblicas e percorrida por uma atenção sensibilíssima à época actual. No sulco do Vaticano II e de quem o conduziu, governou, concluiu e iniciou a sua aplicação na Igreja e para o mundo: Paulo VI e João Paulo II. Assim, é significativa a data do motu proprio, 11 de Outubro, aniversário da abertura do concílio e memória litúrgica do beato João XXIII, o Pontífice que teve a coragem de o convocar e o inaugurou.
Com efeito, exactamente no dia 11 de Outubro de 2012 - no cinquentenário do início do concílio e no vigésimo aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica, que é o seu fruto doutrinal sucessivo mais rico - iniciará o ano da fé, semelhante ao querido por Paulo VI em 1967: "Se o Concílio não trata expressamente da fé, fala sobre ela em cada página", disse o Papa a 8 de Março. E no dia 29 de Junho, décimo nono centenário dos apóstolos Pedro e Paulo, abriu o ano da fé, que concluiu em 30 de Junho de 1968 proclamando o Credo do povo de Deus.
No motu proprio Bento XVI recorda que o seu predecessor imediato, também ele declarado beato, em 2001 definiu o Vaticano II "a grande graça da qual a Igreja beneficiou no século XX", e inclusive a nível histórico o acontecimento parece de relevância indiscutível, não obstante haja pontos de vista contrários e pouco consistentes. Do concílio Joseph Ratzinger - último Romano Pontífice que o viveu pessoalmente quando era jovem - no final de 2005 propôs uma leitura coerente com a tradição católica, convincente quer teológica quer historicamente.
E é precisamente no sulco do Vaticano II que se moverá esta nova iniciativa de um Papa que sabe falar a todos e quer ir sempre ao essencial. Dessa forma, Bento XVI reivindica o facto de que, desde o início do seu ministério como sucessor do apóstolo Pedro, exortou para "a exigência de redescobrir o caminho da fé". É isto que conta, também porque num contexto onde com frequência faltou "um tecido cultural unitário" inspirado na fé cristã não se deve aceitar "que o sal se torne insípido e a luz fique escondida".
Diante da sede de Deus que as mulheres e os homens do nosso tempo sentem nos desertos deste mundo cada fiel de Cristo então deve fazer brilhar, através da renovação pessoal contínua, o testemunho da única luz que ilumina o mundo. "Num caminho - escreve o Papa - que dura a vida inteira". 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Perseguição à Igreja não vem de inimigos externos, diz Papa sobre denúncias de pedofilia.


A caminho de Portugal, o Papa Bento XVI disse, nesta terça-feira, que a onda de denúncias sobre abusos sexuais contra crianças cometidos por padres é a “maior perseguição à Igreja”, mas é resultado de pecados em seu interior, e não de “inimigos externos”. Em um de seus comentários mais fortes desde o início dos escândalos sobre pedofilia, o Papa pediu uma profunda purificação e penitência dentro da instituição, e disse que o “perdão não pode ser um substituto para a justiça“.

  – Hoje nós vemos de uma forma verdadeiramente terrível que a grande perseguição à Igreja não vem de inimigos externos, mas nasce do pecado dentro da Igreja – disse ele a jornalistas, no vôo para Lisboa, ao responder a pergunta sobre os escândalos de abusos sexuais.  - A Igreja precisa reaprender profundamente a penitencia, aceitar a purificação, aprender o perdão, mas também a justiça.
  Nas últimas semanas, diversas autoridades do Vaticano acusaram a mídia de promover uma campanha contra a Igreja, publicando denúncias inclusive contra o Papa, que negou ter acobertado religiosos pedófilos. Bento XVI, que faz sua primeira viagem a Portugal nos seus cinco anos de pontificado, chegou sem problemas a Lisboa.
   Intensifiquemos nossas orações pelos sarcedortes do mundo inteiro, pedindo a Deus que os faça santos, os protega e os livre de toda a tentação e de todo ataque de satanás e pedindo a Deus de modo especial pelo nosso  Papa Bento XVI. 

 Deus seja amado por todos os corações!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Papa Bento XVI assinalou que a missão da Igreja é falar de Deus a todo mundo.


Na homilia da Missa que presidiu esta manhã na Basílica de São Pedro ao concluir o encontro “Novos evangelizadores para a nova evangelização”, o Papa Bento XVI assinalou que a missão da Igreja é falar de Deus a todo mundo.
Conforme assinala a nota da Rádio Vaticano, o Santo Padre refletiu em sua homilia sobre o texto evangélico no qual Jesus responde aos fariseus “Dêem a Deus o que é de Deus e a César o que é de César”.
O Papa explicou que “esta palavra de Jesus são muito ricas de conteúdo antropológico, e não podem reduzir-se apenas ao âmbito político. A Igreja, portanto, não se limita a recordar aos homens a justa distinção entre a esfera de autoridade do César e a de Deus, entre o âmbito político e o religioso”.
“A missão da Igreja, como a de Cristo, é essencialmente falar de Deus, recordar sua soberania, recordar a todos, especialmente aos cristãos que perderam sua própria identidade, o direito de Deus sobre o que lhe pertence, quer dizer, nossa própria vida”.
Bento XVI explicou também que Deus é o Senhor da história e sempre propõe uma resposta autêntica à situação dos seres humanos que “depois da nefasta estação dos impérios totalitários do século XX, têm necessidade de reencontrar um olhar total do mundo e do tempo, um olhar verdadeiramente livre, pacifico”.
Este olhar, recordou, é o que “o Concílio Vaticano II transmitiu em seus documentos, e que meus predecessores, o servo de Deus Paulo VI e o beato João Paulo II, ilustraram com seu Magistério”.
Bento XVI sublinhou que todo fiel deve fazer parte da tarefa da nova evangelização, para o qual é imprescindível rezar constantemente e viver em comunhão com os irmãos.
Além disso, disse, “cada missionário do Evangelho deve sempre ter presente esta verdade: é o Senhor que tocou os corações com sua Palavra e seu Espírito, chamando as pessoas à fé e à comunhão na Igreja”.
“A evangelização para ser eficaz, tem necessidade da força do Espírito, que anima o anúncio e infunde em quem o leva aquela ‘plena certeza’ da qual nos fala o Apóstolo” São Paulo.
Voltando para as palavras de Cristo sobre o que corresponde a Deus e ao César, o Papa indicou que com esta valiosa expressão Jesus mostra que Ele “com efeito, é verdadeiro e ensina o caminho de Deus segundo a verdade. Ele mesmo é este ‘caminho de Deus’, que estamos chamados a percorrer. Podemos recordar as palavras de Jesus, no Evangelho de João: ‘Eu sou o caminho, a Verdade e a vida’”.
“Os novos evangelizadores estão chamados a caminhar em primeira fila neste Caminho que é Cristo, para que os outros conheçam a beleza do Evangelho que dá vida. E neste caminho, não andamos sós, mas sim em companhia: uma experiência de comunhão e de fraternidade que se oferece a quantos encontramos, para fazer partícipes a outros nossa experiência de Cristo e de sua Igreja”.
Assim, disse o Papa Bento XVI, “o testemunho, junto ao anúncio, pode abrir o coração de quantos procuram a verdade, para que possam alcançar o sentido de sua própria vida”.
Bento XVI também explicou que se as palavras do Jesus sobre as moedas, nas que estava cunhada a imagem do César, também são uma referência clara à imagem e semelhança de Deus que cada pessoa tem ao ter sido criada por Ele.
Por isso, recorda as palavras de Santo Agostinho: “se o César reclamar sua própria imagem esculpida na moeda –afirma-não exigirá Deus do homem a imagem divina esculpida nele?. E mais ainda: ‘Como se volta a dar ao César a moeda, assim se volta a dar a Deus a alma iluminada e esculpida pela luz de seu rosto… Cristo em efeito vive no interior do homem’”.
“Queridos irmãos e irmãs, vocês estão entre os protagonistas da nova evangelização que a Igreja empreendeu e leva adiante, com dificuldade, mas com o mesmo entusiasmo dos primeiros cristãos”.
Finalmente o Papa assegurou suas orações por quantos se empenham na tarefa da nova evangelização e propôs como exemplo a Virgem Maria, de quem se deve aprender a ser alegres, humildes e “ao mesmo tempo valentes; singelos e prudentes; equilibrados e fortes, não com a força do mundo, mas com a da verdade”.
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Vaticano, 16 Out. 11 / 11:45 am (ACI/EWTN Noticias)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

São Nicolau Tolentino, protetor das Almas do Purgatório



São Nicolau Tolentino
S. Nicolau Tolentino teve uma visão de um imenso vale onde multidões de almas se retorciam de dor num braseiro imenso e gemiam de cortar o coração. Ao perceberem o Santo, bradavam suplicantes, estendendo os braços e pedindo misericórdia e socorro. Padre Nicolau, tem piedade de nós! Se celebrares a Santa Missa por nós, quase todas seremos libertadas de nossos dolorosos tormentos. São Nicolau celebrou sete missas em sufrágio dessas almas. Durante a última Missa apareceu-Ihe uma multidão de almas resplandecentes de glória que subiam ao céu.
Conhecido tambem como Santo Padroeiro das Almas Santas ou São Patrocínio
Nasceu em 1245 em Sant’Angelo, Diocese de Fermo, Itália. Seus pais já de idosos, Compagnonus de Guarutti e Amata de Guidiani, não tinham filhos até uma visita ao Santuário de São Nicholas em Bari na Itália, suas preces para terem um filho foram finalmente atendidas. Em gratidão chamaram seu filho de Nicholas.
Frade agostiniano com 18 anos e um estudante do Beato Angelus de Scarpetti, mais tarde monge emRecanati e Macerata. Ordenado aos 25 anos. Ele teve visões de anjos recitando “para Tolentino”. Ele interpretou como sendo um sinal para se mudar para a cidade de Tolentino e o fez em 1274, onde ele viveu o resto de sua vida.
Trabalhou como um pacificador numa cidade envolvida pela guerra civil. Pregava todos os dias e fazia milagres e curava doentes, sempre que precisava demonstrar o poder de Deus. Ele sempre dizia a todos que curava apenas com sua benção e preces : “Não contem nada disso”.
Recebeu visões inclusive imagens do Purgatório e fazia jejuns de longa duração pelas as almas do Purgatório. Ele tinha uma grande devoção aos recem falecidos, pregando e orando para as almas do Purgatório sempre que viajava em sua paróquia e com freqüência até tarde da noite.
Uma vez muito doente ele teve uma visão da Virgem Maria, Santo Agostinho e Santa Mônica. Eles disseram a ele para comer certo tipo de pãozinho mergulhado em água benta. Curado, ele começou a curar outros administrando o pãozinho e orando preces a Virgem Maria. Os pãezinhos passaram a se chamar “Os pães de São Nicolas” e ainda são distribuídos em seu Santuário.
Ele teria ressuscitado mais de uma centena de crianças já mortas inclusive algumas que se afogaram juntas. A tradição diz que o demônio uma vez bateu nele com uma vara . A vara foi mostrada em sua igreja por vários anos. Ele era vegetariano e, certa serviram a Nicolas uma ave assada e ele fez um sinal da cruz sobre ela e ela simplesmente voou pela janela.
Certa vez nove passageiros em um navio que estava no meio de uma terrível tempestade em alto mar, pediram ajuda a São Nicholas e ele simplesmente apareceu no céu vestido de um hábito preto e irradiando uma luz brilhante e segurando um lírio em sua mão esquerda e com sua mão direita acalmou a tempestade e o barco chegou salvo ao seu destino. De outra vez a aparição do santo salvou o palácio de Doge de Veneza, de se queimar totalmente, lançando um pedaço pão às chamas.
Ele morreu de causas naturais em 10 de setembro em Tolentino, suas relíquias foram redescobertas em Tolentino em 1926 e foram colocadas em um lindo Santuário feito para elas.
Oração de São Nicolau de Tolentino
Oh! glorioso Taumaturgo e Protetor das almas do purgatório, São Nicolau de Tolentino!
Com todo o afeto de minha alma te rogo que interponhas tua poderosa intercessão em favor dessas almas benditas, conseguindo da divina clemência a remissão de todos os seus delitos e suas penas, para que saindo daquele tenebroso cárcere de dores, possam a ter no céu a visão beatífica de Deus.
E a mim, teu devoto servo, alcançai-me, oh! grande santo!, a mais viva compaixão e a mais ardente caridade até aquelas almas queridas.
Amém.