Venho através de este partilhar anseios de minha pobre vida e também formações sobre a Igreja de nosso senhor Jesus Cristo.
sábado, 26 de março de 2011
quinta-feira, 10 de março de 2011
Inicio da Novena de São José de 10 à 19 de Março
Nota
Esta oração foi encontrada no quinquagésimo ano de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Em 1505 ela foi enviada pelo Papa ao Imperador Carlos quando ele estava indo para uma batalha.
Quem quer que leia esta oração ou a escute ou a mantenha junto de si jamais deverá morrer de morte repentina, ou ser afogado, nem mesmo veneno fará mal algum a eles; e muito menos cairão eles nas garras do inimigo, ou se queimarão em alguma chama ou serão mortos em batalha.
Diga esta oração por nove manhãs para obter alguma graça que você deseje.
Não há registro de que tenha falhado alguma vez, então, certifique-se de que realmente deseja o que irá pedir.
Orações Iniciais para todos os dias.
Oh! São José, cuja proteção é tão grande, tão forte, tão imediata diante do trono de Deus, coloco em vossas mãos todos os meus interesses e desejos.
Oh! São José, auxilie-me com sua poderosa intercessão, e obtenha para mim do seu divino Filho todas as bênçãos espirituais, por intermédio de Jesus Cristo, nosso Senhor, para que, tendo-me comprometido aqui, sob seu poder celestial, eu possa oferecer minhas graças e homenagens ao mais amável dos Pais.
Oh São José, jamais me canso de contemplar a ti e a Jesus a dormir em seus braços;
Não me atrevo a me aproximar enquanto Ele repousa junto do teu coração.
Abraçe-O em meu nome e beije-O ao meu último suspiro.
São José, Patrono das almas partidas
Rogai por mim.
Em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo.
Amém e Amém.
Oh glorioso São José, fiel seguidor de Jesus Cristo, a ti elevamos nossos corações e nossas mãos para implorar vossa poderosa intercessão em obter do benigno coração de Jesus todos os auxílios e graças necessárias ao nosso bem-estar espiritual e carnal, particularmente pela graça de uma morte feliz e o especial favor que agora vos pedimos (mencionar pedido).
Oh! guardião dos encarnados do mundo, sentimo-nos animados e confiantes de que vossas orações em nosso favor serão graciosamente ouvidas ao trono de Deus.
Oh! glorioso São José, pelo amor que tendes por Jesus Cristo e pela glória do Seu nome, escutai as nossas orações e dai-nos o que pedimos. Amém.
Primeiro Dia
Oh! glorioso São José, com sentimentos de inlimitada confiança, vos imploramos que abençoe esta novena que começamos em vossa honra.
"Vós jamais sois invocado em vão" dizia Santa Teresa do Menino Jesus.
Fazei por mim, portanto, o mesmo o que fizestes pela esposa do Sagrado Coração de Jesus e graciosamente escutai-me assim como a ela escutou. Amém.
São José, rogai por nós!
Segundo Dia
Oh! abençoado São José, pai carinhoso, fiel guardião de Jesus, casto esposo da Mãe de Deus, nós oramos e vos imploramos que ofereça a Deus, o Pai, Seu divino filho, banhado em sangue na Cruz por nós, pecadores, e pelo trino nome sagrado de Jesus obtenhais do Pai eterno o favor pelo qual imploramos vossa intercessão
(mencionar pedido).
Pelos esplendores da eternidade, não vos esqueçais das dores daqueles que rezam, daqueles que choram;
Permitai que, através de vossas orações e as de vossa sacratíssima esposa, o Coração de Jesus seja comovido à piedade e ao perdão. Amém.
São José, rogai por nós!
Terceiro Dia
Abençoado São José, acendei em nossos gélidos corações uma faísca da vossa caridade.
Que Deus seja sempre o primeiro e único objeto de nossas afeições.
Mantenha nossas almas sempre na graça santificada e, se tivermos a infelicidade de perdê-la, dai-nos a força para repô-la imediatamente através de sincero arrependimento.
Ajudai-nos para que o amor de nosso Deus nos mantenha sempre unidos a Ele. Amém.
Oh! glorioso São José, pelo amor que tendes por Jesus Cristo e pela glória de Seu nome, escutai as nossas preces e concedei-nos o que vos pedimos.
São José, rogai por nós!
Quarto Dia
São José, orgulho do Céu, esperança infalível para nossas vidas, e apoio àqueles na terra, graciosamente aceitai nossa oração de louvor.
Fostes nomeado esposo da casta Virgem pelo Criador do mundo.
Ele quis que vós fôsseis chamado "pai" do Mundo e nos servisse como agente de nossa salvação.
Que o Deus trino que outorgou a vós honras celestiais, seja louvado para sempre.
E que Ele nos conceda pelos vossos méritos o gozo da vida abençoada e uma favorável resposta aos nossos pedidos. Amém.
São José, rogai por nós!
Quinto Dia
Oh! sagrado São José, que lição vossa vida é para nós, somos sempre tão ávidos por aparecer, tão ansiosos para ostentar aos olhos dos homens as graças que devemos inteiramente à liberalidade de Deus.
Além do favor especial pelo qual declaramos nesta novena (mencionar pedido), concedei que possamos atribuir a Deus a glória de todas as coisas, que amemos a vida humilde e silenciosa, que não desejemos nenhuma outra posição senão a que nos foi concedida pela Providência e que sempre sejamos dóceis intrumentos nas mãos de Deus. Amém.
São José, rogai por nós!
Sexto Dia
Oh! glorioso São José, nomeado pelo Pai Eterno como o guardião e protetor da vida de Jesus Cristo, o conforto e o apoio de Sua Sagrada Mãe, e o instrumento em Seu grande propósito para a redenção da humanidade; vós que tivésseis a felicidade de viver com Jesus e Maria, e de morrer em Seus braços, sê comovido pela confiança que depositamos em vós, e obtenha para nós, do Todo Poderoso, o favor particular que humildemente pedimos pela vossa intercessão (mencionar pedido). Amém.
São José, rogai por nós!
Sétimo Dia
Oh! fiel e prudente São José, vigiai nossa fraqueza e nossa inexperiência; concedei-nos a prudência que nos faz lembrar de nosso fim, que dirige nossos passos e nos protege de todo perigo.
Rogai por nós, então, Oh grande Santo, e através de seu amor por Jesus e Maria, e do Seu amor por vós, concedei o favor que vos pedimos nesta novena (mencionar pedido). Amém.
São José, rogai por nós!
Oitavo Dia
Oh! abençoado José, a quem foi concedido não apenas ver e ouvir o Deus que muitos reis ansiaram em ver e não viram;
Ouvir e não ouviram; mas também carregá-Lo em vossos braços, abraçá-Lo, vesti-Lo, e guardar e defendê-Lo, vinde em nosso auxílio e intercedei junto a Ele para olhar favoravelmente nosso pedido (mencionar pedido). Amém.
São José, rogai por nós!
Nono Dia
Oh! bondoso São José, ajudai-nos a ser como vós, amável com aqueles cuja fraqueza sustenta-se sobre eles;
Ajudai-nos a dar àqueles que buscam vosso auxílio, a força para que eles permaneçam inabaláveis.
Dai-nos vossa fé, que possamos ver o verdadeiro brilho sobre as vitórias das forças do bem.
Dai-nos vossa esperança para que permaneçamos seguros, intocáveis pela dúvida, firmes para suportar.
Concedei-nos vosso amor que, enquanto os anos aumentarem, que um coração compreensivo traga-nos paz.
Permitai-nos vossa pureza que, a hora da morte encontre-nos intocados pelo sopro do mal.
Permitai vosso amor de operário que não recusemos a vida que nos chama ao trabalho honesto.
Dai-nos vosso amor de pobreza para que vivamos satisfeitos, independente da riqueza.
Dai-nos vossa coragem para que sejamos fortes;
Dai-nos vossa mansidão para confessar nossos pecados.
Dai-nos vossa paciência para qe possamos possuir o reinos de nossas almas sem angústia.
Ajudai-nos, querido Santo, a viver para que, quando morrermos possamos passar convosco para junto de Jesus e Seus amigos.
Oh! Gloriosos São José, escutai as nossas preces e intercedei pelos nossos pedidos. Amém.
São José, rogai por nós!
HEROÍSMO DE SÃO JOSÉ
ELOGIO À LÓGICA DE SÃO JOSÉ
Qual foi um lance da vida de São José em que ele levou a lógica até o heroísmo?
"Foi o episódio muito conhecido, quando ele viu que Nossa Senhora tinha concebido um filho do qual ele não era pai. O Evangelho aborda o assunto. Ele foi colocado diante de uma situação absurda, pois Nossa Senhora era evidentemente santa. Disso ele não podia duvidar, porque a santidade dEla reluzia de todos os modos possíveis. Mas, de outro lado, estava criada uma situação que ele não conhecia, e com a qual ele não podia conviver. Em vez de denunciá-La como ordenava a Lei hebraica, ele pensou na única saída lógica: `Quem está de mais nesta casa não é essa Mãe, que aqui é a dona e rainha; nem o filho que Ela concebeu. Alguém está de mais, e esse alguém sou eu. Vou abandonar a casa e sumir. Não compreendo tal mistério, mas contra ele não me levantarei. Passarei meus dias longe, venerando o mistério que não entendi'.
"E resolveu, quando fosse meia-noite, abandonar a casa, fugir, deixando Nossa Senhora com o fruto de suas entranhas.
DIANTE DO INCOMPREENSÍVEL, A LÓGICA DO CASTÍSSIMO ESPOSO
"Considerem a calma de São José. Essa calma, só os homens lógicos a têm. Ele tinha que abandonar o maior tesouro da Terra, que era Nossa Senhora. E isso representava um sofrimento imenso, inimaginável. O Evangelho narra que ele estava dormindo, quando apareceu o anjo em sonho e lhe deu a explicação.
"Andando ele com isto no pensamento, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber em tua casa Maria, tua esposa, porque o que nela foi concebido é (obra) do Espírito Santo. Dará à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados" (Mt 1, 20-21).
"Assim, antes desse lance tremendo, São José dormia. Ele ia viajar e deveria preparar-se, repousando para tal viagem. Vergado por um enorme sofrimento, entretanto ele dormia. O anjo apareceu-lhe e explicou a situação. Ele continuou o sono. Amanheceu e a vida prosseguiu normalmente. Suma normalidade, suma coerência, suma lógica! Em louvor da lógica de São José, este rápido comentário que representa um elogio à lógica".
Bento XVI: a esmola, a oração e o jejum, como meios no caminho de conversão a Deus .
Cidade do Vaticano, 09 mar (RV) – Na íntegra, a homilia do Papa para a Celebração da Santa Missa da Quarta-Feira de Cinzas:
Caros irmãos e irmãs,
Iniciamos hoje o tempo litúrgico da Quaresma com o sugestivo rito da imposição das cinzas, mediante o qual queremos assumir o compromisso de converter o nosso coração aos horizontes da Graça. Geralmente, na opinião comum, este tempo corre o risco de ser caracterizado pela tristeza, pela insipidez da vida. Ao invés, ele é dom precioso de Deus, é tempo forte e denso de significados no caminho da Igreja, é o itinerário em direção à Páscoa do Senhor. As leituras bíblicas da celebração de hoje nos oferecem indicações para viver plenamente essa experiência espiritual.
“Retornai a mim de todo vosso coração” (Jl 2, 12). Na primeira Leitura, extraída do livro do profeta Joel, ouvimos essas palavras com as quais Deus convida o povo judeu a um arrependimento sincero e não aparente. Não se trata de uma conversão superficial e transitória, mas de um itinerário espiritual que concerne em profundidade às atitudes da consciência e supõe um sincero propósito de revisão. O profeta parte da chaga da invasão de gafanhotos que se abatera sobre o povo destruindo a colheita, para convidar a uma penitência interior, a lacerar o coração e não as vestes (cfr 2, 13). Ou seja, trata-se de assumir uma atitude de conversão autêntica a Deus – retornar a Ele – reconhecendo a sua santidade, a sua potência, a sua magestade. E essa conversão é possível porque Deus é rico de misericórdia e grande no amor. A sua misericórdia é uma misericórdia regeneradora, que cria em nós um coração puro, renova no íntimo um espírito firme, restituindo-nos a alegria da salvação (cfr Sal 50, 14). De fato, Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva (cfr Ez 33, 11). Assim o profeta Joel ordena, em nome do Senhor, que se crie um ambiente penitencial propício: é preciso tocar a trombeta, convocar a reunião, despertar as consciências. O período quaresmal propõe-nos esse âmbito litúrgico e penitencial: um caminho de quarenta dias no qual experimentar de modo eficaz o amor misericordioso de Deus. Hoje ressoa para nós o apelo “retornai a mim de todo vosso coração”; hoje somos nós a sermos chamados a converter o nosso coração a Deus, conscientes sempre de não podermos realizar a nossa conversão sozinhos, somente com as nossas forças, porque é Deus que nos converte. Ele nos oferece mais uma vez o seu perdão, convidando-nos a nos voltarmos a Ele para dar-nos um coração novo, purificado do mal que o oprime, para fazer-nos partícipe de sua alegria. O nosso mundo precisa ser convertido por Deus, precisa de seu perdão, de seu amor, precisa de um coração novo.
“Deixai-vos reconciliar com Deus” (2 Cor 5,20). Na segunda Leitura São Paulo oferece-nos outro elemento no caminho da conversão. O Apóstolo convida a deixar de fixar o olhar nele e, ao invés, a voltar a atenção para quem o enviou e para o conteúdo da mensagem que traz: “Portanto, em nome de Cristo somos embaixadores: por nosso meio é Deus mesmo que exorta. Suplicamo-vos em nome de Cristo: deixai-vos reconciliar com Deus (ibid). Um embaixador repete aquilo que ouviu pronunciar o seu Senhor e fala com a autoridade e nos limites em que a recebeu. Quem desempenha o ofício de embaixador não deve atrair o interesse sobre si mesmo, mas deve colocar-se a serviço da mensagem a ser transmitida e de quem a mandou. Assim age São Paulo na realização de seu ministério de pregador da Palavra de Deus e de Apóstolo de Jesus Cristo. Ele não se subtrai à tarefa recebida, mas a assume com dedicação total, convidando a abrir-se à Graça, a deixar que Deus nos converta: “Porque somos seus colaboradores – escreve – exortamo-vos ainda a que não recebais a graça de Deus em vão” (2 Cor 6,1). “O apelo de Cristo à conversão – diz-nos o Catecismo da Igreja Católica – continua ressoando na vida dos cristãos. (…) é um empenho contínuo para toda a Igreja que “abarca em seu seio os pecadores” e que, “santa, ao mesmo tempo, e sempre necessitada de purificação, incessantemente recorre à penitência e à sua renovação”. Esse esforço de conversão não é somente uma obra humana. É o dinamismo do “coração contrito” (Sal 51,19), atraído e movido pela graça a responder ao amor misericordioso de Deus que nos amou por primeiro” (n. 1428). São Paulo fala aos cristãos de Corinto, mas através deles quer dirigir-se a todos os homens. De fato, todos precisam da graça de Deus, que ilumine a mente e o coração. E o Apóstolo profere: “Eis agora o tempo favorável por excelência, eis agora o dia da salvação!” (2 Cor 6,2). Todos podem abrir-se à ação de Deus, a seu amor; com o nosso testemunho evangélico, nós cristãos devemos ser um mensageiro vivo, aliás, em muitos casos somos o único Evangelho que os homens de hoje leem ainda. Eis a nossa responsabilidade nas pegadas de São Paulo, eis um motivo a mais para viver bem a Quaresma: oferecer o testemunho da fé vivida a um mundo em dificuldade que precisa retornar a Deus, que precisa de conversão.
“Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens para serdes vistos por eles” (Mt 6,1). Jesus, no Evangelho de hoje, relê as três obras fundamentais de piedade prescritas pela lei mosaica. A esmola, a oração e o jejum caracterizam o judeu observante da lei. Durante o tempo, essas prescrições foram atingidas pela ferrugem do formalismo exterior, ou até mesmo se transformaram num sinal de superioridade. Jesus evidencia nessas três obras de piedade uma tentação comum. Quando se faz algo de bom, quase instintivamente nasce o desejo de ser estimados e admirados pela boa ação, ou seja, de ter uma satisfação. E isso, de um lado, faz-se fechar-se em si mesmo, de outro, leva para fora de si mesmo, porque se vive projetado àquilo que os outros pensam de nós e admiram em nós. Ao repropor essas prescrições, o Senhor Jesus não pede um respeito formal a uma lei estranha ao homem, imposta por um legislador severo como fardo pesado, mas convida a redescobrir essas três obras de piedade vivendo-as de modo mais profundo, não por amor próprio, mas por amor a Deus, como meios no caminho de conversão a Ele. Esmola, oração e jejum: é o traçado da pedagogia divina que nos acompanha, não somente na Quaresma, em direção ao encontro com o Senhor Ressuscitado; um traçado a ser percorrido sem ostentação, na certeza de que o Pai celeste sabe ler e ver também no segredo do nosso coração.
Caros irmãos e irmãs, iniciemos confiantes e alegres o itinerário quaresmal. Quarenta dias nos separam da Páscoa; esse tempo “forte” do ano litúrgico é um tempo propício que nos é dado para esperar, com maior empenho, a nossa conversão, para intensificar a escuta da Palavra de Deus, a oração e a penitência, abrindo o coração ao dócil acolhimento da vontade divina, para uma prática mais generosa da mortificação, graças à qual voltar-se mais largamente em ajuda ao próximo necessitado: um itinerário espiritual que nos prepara a reviver o Mistério pascal.
Maria, nossa guia no caminho quaresmal, conduza-nos a um conhecimento sempre mais profundo de Cristo, morto e ressuscitado, ajude-nos no combate espiritual contra o pecado, nos auxilie ao invocar com força: Converte nos, Deus salutaris noster – Convertei-nos a Vós, ó Deus, nossa salvação. Amém!
quarta-feira, 9 de março de 2011
Mensagem do Papa para a Quaresma de 2011
«Sepultados com Ele no batismo, foi também com Ele que ressuscitastes» (cf. Cl 2, 12)
A Quaresma, que nos conduz à celebração da Santa Páscoa, é para a Igreja um tempo litúrgico muito precioso e importante, em vista do qual me sinto feliz por dirigir uma palavra específica para que seja vivido com o devido empenho. Enquanto olha para o encontro definitivo com o seu Esposo na Páscoa eterna, a Comunidade eclesial, assídua na oração e na caridade laboriosa, intensifica o seu caminho de purificação no espírito, para haurir com mais abundância do Mistério da redenção a vida nova em Cristo Senhor (cf. Prefácio I de Quaresma).
1. Esta mesma vida já nos foi transmitida no dia do nosso Batismo, quando, «tendo-nos tornado partícipes da morte e ressurreição de Cristo» iniciou para nós «a aventura jubilosa e exaltante do discípulo» (Homilia na Festa do Batismo do Senhor, 10 de Janeiro de 2010). São Paulo, nas suas Cartas, insiste repetidas vezes sobre a singular comunhão com o Filho de Deus realizada neste lavacro. O fato que na maioria dos casos o Batismo se recebe quando somos crianças põe em evidência que se trata de um dom de Deus: ninguém é merecedor da vida eterna pelas próprias forças. A misericórdia de Deus, que lava do pecado e permite viver na própria existência «os mesmos sentimentos de Jesus Cristo» (Fl 2, 5), é comunicada gratuitamente ao homem.
O Apóstolo dos gentios, na Carta aos Filipenses, expressa o sentido da transformação que se realiza com a participação na morte e ressurreição de Cristo, indicando a meta: que assim eu possa «conhecê-Lo, a Ele, à força da sua Ressurreição e à comunhão nos Seus sofrimentos, configurando-me à Sua morte, para ver se posso chegar à ressurreição dos mortos» (Fl 3, 10-11). O Batismo, portanto, não é um rito do passado, mas o encontro com Cristo que informa toda a existência do batizado, doa-lhe a vida divina e chama-o a uma conversão sincera, iniciada e apoiada pela Graça, que o leve a alcançar a estatura adulta de Cristo.
Um vínculo particular liga o Batismo com a Quaresma como momento favorável para experimentar a Graça que salva. Os Padres do Concílio Vaticano II convidaram todos os Pastores da Igreja a utilizar «mais abundantemente os elementos batismais próprios da liturgia quaresmal» (Const. Sacrosanctum Concilium, 109). De fato, desde sempre a Igreja associa a Vigília Pascal à celebração do Batismo: neste Sacramento realiza-se aquele grande mistério pelo qual o homem morre para o pecado, é tornado partícipe da vida nova em Cristo Ressuscitado e recebe o mesmo Espírito de Deus que ressuscitou Jesus dos mortos (cf. Rm 8, 11). Este dom gratuito deve ser reavivado sempre em cada um de nós e a Quaresma oferece-nos um percurso análogo ao catecumenato, que para os cristãos da Igreja antiga, assim como também para os catecúmenos de hoje, é uma escola insubstituível de fé e de vida cristã:realmente eles vivem o Batismo como um ato decisivo para toda a sua existência.
2. Para empreender seriamente o caminho rumo à Páscoa e nos prepararmos para celebrar a Ressurreição do Senhor – a festa mais jubilosa e solene de todo o Ano litúrgico – o que pode haver de mais adequado do que deixar-nos conduzir pela Palavra de Deus? Por isso a Igreja, nos textos evangélicos dos domingos de Quaresma, guia-nos para um encontro particularmente intenso com o Senhor, fazendo-nos repercorrer as etapas do caminho da iniciação cristã: para os catecúmenos, na perspectiva de receber o Sacramento do renascimento, para quem é batizado, em vista de novos e decisivos passos no seguimento de Cristo e na doação total a Ele.
O primeiro domingo do itinerário quaresmal evidencia a nossa condição do homens nesta terra. O combate vitorioso contra as tentações, que dá início à missão de Jesus, é um convite a tomar consciência da própria fragilidade para acolher a Graça que liberta do pecado e infunde nova força em Cristo, caminho, verdade e vida (cf.Ordo Initiationis Christianae Adultorum, n. 25). É um claro chamado a recordar como a fé cristã implica, a exemplo de Jesus e em união com Ele, uma luta «contra os dominadores deste mundo tenebroso» (Hb 6, 12), no qual o diabo é ativo e não se cansa, nem sequer hoje, de tentar o homem que deseja aproximar-se do Senhor: Cristo disso sai vitorioso, para abrir também o nosso coração à esperança e guiar-nos na vitória às seduções do mal.
O Evangelho da Transfiguração do Senhor põe diante dos nossos olhos a glória de Cristo, que antecipa a ressurreição e que anuncia a divinização do homem. A comunidade cristã toma consciência de ser conduzida, como os apóstolos Pedro, Tiago e João, «em particular, a um alto monte» (Mt 17, 1), para acolher de novo em Cristo, como filhos no Filho, o dom da Graça de Deus: «Este é o Meu Filho muito amado: n’Ele pus todo o Meu enlevo. Escutai-O» (v. 5). É o convite a distanciar-se dos boatos da vida cotidiana para se imergir na presença de Deus: Ele quer transmitir-nos, todos os dias, uma Palavra que penetra nas profundezas do nosso espírito, onde discerne o bem e o mal (cf. Hb 4, 12) e reforça a vontade de seguir o Senhor.
O pedido de Jesus à samaritana - «Dá-Me de beber» (Jo 4, 7) - que é proposto na liturgia do terceiro domingo, exprime a paixão de Deus por todos os homens e quer suscitar no nosso coração o desejo do dom da «água a jorrar para a vida eterna» (v. 14): é o dom do Espírito Santo, que faz dos cristãos «verdadeiros adoradores» capazes de rezar ao Pai «em espírito e verdade» (v. 23). Só esta água pode extinguir a nossa sede do bem, da verdade e da beleza! Só esta água, que nos foi doada pelo Filho, irriga os desertos da alma inquieta e insatisfeita, «enquanto não repousar em Deus», segundo as célebres palavras de Santo Agostinho.
O domingo do cego de nascença apresenta Cristo como luz do mundo. O Evangelho interpela cada um de nós: «Tu crês no Filho do Homem?». «Creio, Senhor» (Jo 9, 35.38), afirma com alegria o cego de nascença, fazendo-se voz de todos os crentes. O milagre da cura é o sinal que Cristo, juntamente com a vista, quer abrir o nosso olhar interior, para que a nossa fé se torne cada vez mais profunda e possamos reconhecer n’Ele o nosso único Salvador. Ele ilumina todas as obscuridades da vida e leva o homem a viver como «filho da luz».
Quando, no quinto domingo, nos é proclamada a ressurreição de Lázaro, somos postos diante do último mistério da nossa existência: «Eu sou a ressurreição e a vida... Crês nisto?» (Jo 11, 25-26). Para a comunidade cristã é o momento de depor com sinceridade, juntamente com Marta, toda a esperança em Jesus de Nazaré: «Sim, Senhor, creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo» (v. 27). A comunhão com Cristo nesta vida prepara-nos para superar o limite da morte, para viver sem fim n’Ele. A fé na ressurreição dos mortos e a esperança da vida eterna abrem o nosso olhar para o sentido derradeiro da nossa existência: Deus criou o homem para a ressurreição e para a vida, e esta verdade doa a dimensão autêntica e definitiva à história dos homens, à sua existência pessoal e ao seu viver social, à cultura, à política, à economia. Privado da luz da fé todo o universo acaba por se fechar num sepulcro sem futuro, sem esperança.
O percurso quaresmal encontra o seu cumprimento no Tríduo Pascal, particularmente na Grande Vigília na Noite Santa: renovando as promessas batismais, reafirmamos que Cristo é o Senhor da nossa vida, daquela vida que Deus nos comunicou quando renascemos «da água e do Espírito Santo», e reconfirmamos o nosso firme compromisso em corresponder à ação da Graça para sermos seus discípulos.
3. O nosso imergir-nos na morte e ressurreição de Cristo através do Sacramento do Batismo, estimula-nos todos os dias a libertar o nosso coração das coisas materiais, de um vínculo egoísta com a «terra», que nos empobrece e nos impede de estar disponíveis e abertos a Deus e ao próximo. Em Cristo, Deus revelou-se como Amor (cf 1 Jo 4, 7-10). A Cruz de Cristo, a «palavra da Cruz» manifesta o poder salvífico de Deus (cf. 1 Cor 1, 18), que se doa para elevar o homem e dar-lhe a salvação: amor na sua forma mais radical (cf. Enc. Deus caritas est, 12). Através das práticas tradicionais do jejum, da esmola e da oração, expressões do empenho de conversão, a Quaresma educa para viver de modo cada vez mais radical o amor de Cristo. O Jejum, que pode ter diversas motivações, adquire para o cristão um significado profundamente religioso: tornando mais pobre a nossa mesa aprendemos a superar o egoísmo para viver na lógica da doação e do amor; suportando as privações de algumas coisas – e não só do supérfluo – aprendemos a desviar o olhar do nosso «eu», para descobrir Alguém ao nosso lado e reconhecer Deus nos rostos de tantos irmãos nossos. Para o cristão o jejum nada tem de intimista, mas abre em maior medida para Deus e para as necessidades dos homens, e faz com que o amor a Deus seja também amor ao próximo (cf. Mc12, 31).
No nosso caminho encontramo-nos perante a tentação do ter, da avidez do dinheiro, que insidia a primazia de Deus na nossa vida. A cupidez da posse provoca violência, prevaricação e morte: por isso a Igreja, especialmente no tempo quaresmal, convida à prática da esmola, ou seja, à capacidade de partilha. A idolatria dos bens, ao contrário, não só afasta do outro, mas despoja o homem, torna-o infeliz, engana-o, ilude-o sem realizar aquilo que promete, porque coloca as coisas materiais no lugar de Deus, única fonte da vida. Como compreender a bondade paterna de Deus se o coração está cheio de si e dos próprios projectos, com os quais nos iludimos de poder garantir o futuro? A tentação é a de pensar, como o rico da parábola: «Alma, tens muitos bens em depósito para muitos anos...». «Insensato! Nesta mesma noite, pedir-te-ão a tua alma...» (Lc 12, 19-20). A prática da esmola é um chamado à primazia de Deus e à atenção para com o próximo, para redescobrir o nosso Pai bom e receber a sua misericórdia.
Em todo o período quaresmal, a Igreja oferece-nos com particular abundância a Palavra de Deus. Meditando-a e interiorizando-a para a viver quotidianamente, aprendemos uma forma preciosa e insubstituível de oração, porque a escuta atenta de Deus, que continua a falar ao nosso coração, alimenta o caminho de fé que iniciámos no dia do Batismo. A oração permite-nos também adquirir uma nova concepção do tempo: de fato, sem a perspectiva da eternidade e da transcendência ele cadencia simplesmente os nossos passos rumo a um horizonte que não tem futuro. Ao contrário, na oração encontramos tempo para Deus, para conhecer que «as suas palavras não passarão» (cf. Mc 13, 31), para entrar naquela comunhão íntima com Ele «que ninguém nos poderá tirar» (cf. Jo16, 22) e que nos abre à esperança que não desilude, à vida eterna.
Em síntese, o itinerário quaresmal, no qual somos convidados a contemplar o Mistério da Cruz, é «fazer-se conformes com a morte de Cristo» (Fl 3, 10), para realizar uma conversão profunda da nossa vida: deixar-se transformar pela acção do Espírito Santo, como São Paulo no caminho de Damasco; orientar com decisão a nossa existência segundo a vontade de Deus; libertar-nos do nosso egoísmo, superando o instinto de domínio sobre os outros e abrindo-nos à caridade de Cristo. O período quaresmal é momento favorável para reconhecer a nossa debilidade, acolher, com uma sincera revisão de vida, a Graça renovadora do Sacramento da Penitência e caminhar com decisão para Cristo.
Queridos irmãos e irmãs, mediante o encontro pessoal com o nosso Redentor e através do jejum, da esmola e da oração, o caminho de conversão rumo à Páscoa leva-nos a redescobrir o nosso Batismo. Renovemos nesta Quaresma o acolhimento da Graça que Deus nos concedeu naquele momento, para que ilumine e guie todas as nossas ações. Tudo o que o Sacramento significa e realiza, somos chamados a vivê-lo todos os dias num seguimento de Cristo cada vez mais generoso e autêntico. Neste nosso itinerário, confiemo-nos à Virgem Maria, que gerou o Verbo de Deus na fé e na carne, para nos imergir como ela na morte e ressurreição do seu Filho Jesus e ter a vida eterna.
Vaticano, 4 de Novembro de 2010
JEJUM Segundo Catecismo da Igreja Católica
J.1.1 Jejum e lei evangélica
§1969 A Nova Lei pratica os atos da religião - a esmola, a oração e o jejum -, ordenando-os ao "Pai que vê no segredo", em contraste com o desejo "de ser visto pelos homens". Sua oração é o "Pai-Nosso."
J.1.2 Jejum e preparação para receber a comunhão
§1387 A fim de se prepararem convenientemente para receber este sacramento, os fiéis observarão o jejum prescrito em sua Igreja (Cf CIC cânone 919). A atitude corporal (gestos, roupa) há de traduzir o respeito, a solenidade, a alegria deste momento em que Cristo se torna nosso hóspede.
J.1.3 Jejum forma de penitência
§1434 As múltiplas formas da penitência na vida cristã A penitência interior do cristão pode ter expressões bem variadas. A escritura e os padres insistem principalmente em três formas: o jejum, a oração e a esmola, que exprimem a conversão com relação a si mesmo, a Deus e aos outros. Ao lado da purificação radical operada pelo batismo ou pelo martírio, citam, como meio de obter o perdão dos pecados, os esforços empreendidos para reconciliar-se com o próximo, as lágrimas de penitência, a preocupação com a salvação do próximo, a intercessão dos santos e a prática da caridade, "que cobre uma multidão de pecados" (1Pd 4,8).
§1438 Os tempos e os dias de penitência ao longo do ano litúrgico (o tempo da quaresma, cada sexta-feira em memória da morte do Senhor) são momentos fortes da prática penitencial da Igreja. Esses tempos são particularmente apropriados aos exercícios espirituais, às liturgias penitenciais, às peregrinações em sinal de penitência, às privações voluntárias como o jejum e a esmola, à partilha fraterna (obras de caridade e missionárias).
§2043 O quarto mandamento ("Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja") determina os tempos de ascese e penitência que nos preparam para as festas litúrgicas; contribuem para nos fazer adquirir o domínio sobre nossos instintos e a liberdade de coração.
O quinto mandamento ("Ajudar a Igreja em suas necessidades") recorda aos fiéis que devem ir ao encontro das necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as próprias possibilidades..
quarta-feira, 2 de março de 2011
Vidas plasmadas pelo amor
No Angelus de domingo Bento XVI falou sobre o testemunho dos cristãos
Só quem acolhe o Senhor na própria vida e se deixa transformar pelo seu amor, pode oferecer aos outros um testemunho cristão "claro, eloquente e eficaz". Disse o Papa no Angelus de domingo, 20 de Fevereiro, na praça de São Pedro.
Queridos irmãos e irmãs!
Neste sétimo domingo do Tempo Comum, as leituras bíblicas falam-nos da vontade de Deus de tornar os homens partícipes da sua vida: "sede santos, porque Eu sou santo. Eu, o Senhor vosso Deus" - lê-se no livro do Levítico (19, 2). Com estas palavras, e com os preceitos a que elas dão origem, o Senhor convidava o povo que tinha escolhido a ser fiel à aliança com Ele, caminhando pelas suas veredas e fundava a legislação social sobre o mandamento "amarás ao teu próximo como a ti mesmo" (Lv 19, 18). Depois, se ouvirmos Jesus, no qual Deus assumiu um corpo mortal para se fazer próximo de cada homem e revelar o seu amor infinito por nós, encontramos aquela mesma chamada, aquele mesmo objectivo audacioso. De facto, o Senhor diz: "Sede, pois, perfeitos, como é perfeito vosso Pai celeste" (Mt 5, 48). Mas quem poderia tornar-se perfeito? A nossa perfeição é viver como filhos de Deus, cumprindo concretamente a sua vontade. São Cipriano escrevia que "à paternidade de Deus deve corresponder um comportamento de filhos de Deus, para que Deus seja glorificado e louvado pela boa conduta do homem" (De zelo et livore, 15: CCL 3a, 83).
De que modo podemos imitar Jesus? Ele diz: "Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Fazendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está nos Céus" (Mt 5, 44-45). Quem acolhe o Senhor na própria vida e o ama com todo o coração é capaz de um novo início. Consegue cumprir a vontade de Deus: realizar uma nova forma de existência animada pelo amor e destinada à eternidade. O apóstolo Paulo acrescenta: "Não sabeis que sois templos de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Cor 3, 16). Se estivermos deveras conscientes desta realidade, e a nossa vida for por ela profundamente plasmada, então o nosso testemunho torna-se claro, eloquente e eficaz. Um autor medieval escreveu: "Quando, por assim dizer, todo o ser do homem se misturou com o amor de Deus, então o esplendor da sua alma reflecte-se também no aspecto exterior" (João Clímaco, Scala Paradisi, XXX: PG 88, 1157 B), na totalidade da vida. "É grandioso o amor - lemos no livro da Imitação de Cristo - um bem que torna leve tudo o que é pesado e suporta tranquilamente tudo o que é difícil. O amor aspira a elevar-se, sem ser aprisionado seja pelo que for na terra. Nasce de Deus e só em Deus pode encontrar repouso" (III, V, 3).
Queridos amigos, depois de amanhã, 22 de Fevereiro, celebraremos a festa da Cátedra de São Pedro. A ele, primeiro Apóstolo, Cristo confiou a tarefa de Mestre e Pastor para a guia espiritual do Povo de Deus, para que ele possa elevar-se ao Céu. Por conseguinte, exorto todos os Pastores a "assimilar aquele "novo estilo de vida" que foi inaugurado pelo Senhor Jesus e feito próprio pelos Apóstolos" (Carta de Proclamação do Ano Sacerdotal).
Invoquemos a Virgem Maria, Mãe de Deus e da Igreja, para que nos ensine a amar-nos uns aos outros e a acolher-nos como irmãos, filhos do Pai celeste.
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