domingo, 29 de agosto de 2010

No Angelus o Papa invoca Maria Rainha de paz para reter a lógica absurda da violência

Um mundo de irmãos 
para construir a civilização do amor


"Todos os homens se convençam que neste mundo nos devemos ajudar uns aos outros para construir a civilização do amor". Desejou Bento XVI durante o Angelus de domingo, 22 de Agosto, em Castel Gandolfo, invocando a paz "sobretudo onde mais enfurece a lógica absurda da guerra".
Amados irmãos e irmãs! 
Oito dias depois da solenidade da sua Assunção ao Céu, a liturgia convida-nos a venerar a Bem-Aventurada Virgem Maria com o título de "Rainha". A Mãe de Cristo é contemplada coroada pelo seu Filho, isto é, associada à sua Realeza universal, tal como a representam numerosos mosaicos e quadros. Também esta memória se celebra este ano no domingo, adquirindo uma maior luz da Palavra de Deus e da celebração da Páscoa semanal. Em particular, o ícone da Virgem Maria Rainha encontra um significativo confronto no Evangelho de hoje, onde Jesus afirma:  "E há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos"
 (Lc 13, 30). Esta é uma expressão típica de Cristo, narrada várias vezes pelos Evangelistas também com fórmulas semelhantes porque evidentemente reflecte um tema querido à sua pregação profética. Nossa Senhora é o exemplo perfeito desta verdade evangélica, isto é, que Deus abaixa os soberbos e os poderosos deste mundo e eleva os humildes (cf. Lc 1, 52). 
A pequena e simples jovem de Nazaré tornou-se a Rainha do mundo! Esta é uma das maravilhas que revelam o coração de Deus. Naturalmente a realeza de Maria é totalmente relativa à de Cristo:  Ele é o Senhor, que, depois da humilhação da morte de cruz, o Pai exaltou acima de qualquer criatura no céu, na terra e debaixo da terra (cf.
 Fl 2, 9-11). Por um desígnio de graça, a Mãe Imaculada foi plenamente associada ao mistério do Filho:  à sua Encarnação; à sua vida terrena, primeiro escondida em Nazaré e depois manifestada no mistério messiânico; à sua Paixão e Morte; e por fim, à glória da Ressurreição e Ascensão ao Céu. A Mãe partilhou com o Filho não só os aspectos humanos deste mistério, mas, por obra do Espírito Santo nela, também a intenção profunda, a vontade divina, de modo que toda a sua existência, pobre e humilde, foi elevada, transformada e glorificada passando através da "porta estreita" que é o próprio Jesus (cf. Lc 13, 24). Sim, Maria foi a primeira que passou através do "caminho" aberto por Cristo para entrar no Reino de Deus, um caminho acessível aos humildes, a quantos confiam na Palavra de Deus e se comprometem a pô-la em prática. 
Na história das cidades e dos povos evangelizados pela mensagem cristã são numerosos os testemunhos de veneração pública, em certos casos até institucional à realeza da Virgem Maria. Mas hoje queremos sobretudo renovar, como filhos da Igreja, a nossa devoção Àquela que Jesus nos deixou como Mãe e Rainha. Confiemos à sua intercessão a oração quotidiana pela paz, sobretudo onde mais enfurece a lógica absurda da violência; para que todos os homens se convençam  de  que  neste  mundo  devemos ajudar-nos  uns  aos  outros  como irmãos  para  construir  a  civilização do  amor.
 Maria,  Regina  pacis, ora pro nobis! 
No final da prece mariana o Santo Padre saudou em várias línguas os fiéis presentes, dizendo aos de expressão portuguesa:  

Saúdo também o grupo brasileiro da paróquia de São Joaquim, diocese de Franca, e demais peregrinos de língua portuguesa, desejando que esta peregrinação vos ajude a fortalecer a confiança
em Jesus Cristo e a encarnar na vida a sua mensagem de salvação. De coração vos agradeço e abençoo. Ide com Deus! 

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Michel Maria