quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

AS VIRTUDES TEOLOGAIS EM MARIA


Por virtudes entendemos aqueles hábitos bons que tornam as faculdades da
alma capazes de executar com prontidão e deleite tudo o que, na ordem
natural e pedido pela reta razão, e tudo a que, na ordem sobrenatural, somos
convidados por Deus a realizar.
Elas se classificam em Teologais e Morais. Porém, como as Virtudes morais
são numerosíssimas, podemos reduzí-las às quatro virtudes chamadas Cardeais,
que sustentam todas as outras virtudes morais. Nossa Senhora teve todas as
virtudes e em grau excepcional, mas vamos refletir aqui o que a doutrina diz
sobre o modo como Maria viveu as Virtudes teologais e as virtudes Cardeais:

MARIA E AS VIRTUDES TEOLOGAIS:
a) A Fé em Maria - Sua fé foi submetida:
- A prova do invisível: Viu Jesus no estábulo de Belém e acreditou que era o
Filho de Deus;
- A prova do incompreensível: Viu-O nascer no tempo e acreditou que Ele é
eterno;
- A prova das aparências contrárias: Viu-O finalmente maltratado e
crucificado e creu que Ele realmente tinha todo poder.
Plenamente livre, Maria praticou sempre a virtude da Fé, por ser
perfeitamente submissa à Deus e não nutrir nenhum tipo de pretensão
orgulhosa contra o direito soberano que Deus tem de nos revelar a verdade
quando e como julgar necessário. Maria reconhecia acima de si Deus, como
único incapaz de se enganar ou nos enganar.

b) A Esperança em Maria:
Da fé, brota a Esperança de que para Deus, que é
fiel, jamais é impossível levar todo acontecimento a um bom fim. A esperança
não é uma inércia, mas uma certeza operosa que nos faz "agir como se tudo
dependesse de nós, mas esperar os resultados sabendo que este depende dEle".
Foi na esperança que Maria:
- Guardou segredo até de José, quanto à filiação divina de Jesus, sabendo
que o próprio Deus é quem o explicaria;
- Empreendeu generosamente a longa e fatigante viagem de Nazaré a Belém, e
refugiou-se num estábulo para dar à luz o seu divino Filho. Desprovida de
meios humanos, praticou concretamente a esperança na ajuda divina, que não
tardou a chegar. Ela estava obedecendo à Deus, e sabia que podia esperar Seu
auxílio;
- Assim foi na fuga para o Egito, nas Bodas de Caná, quando mandou encher as
talhas, etc.

c) A Caridade em Maria:
A caridade resume todas as virtudes. Maria amou em intensidade, duração e
qualidade perfeitas. O amor por Deus e pela humanidade traspassou de tal
modo sua alma, que não ficou parte alguma em seu ser que não tivesse se
doado inteiramente à causa divina. Todos os homens são chamados a crescer na
Caridade até à perfeição e inteira doação de si mesmo conforme o plano de
deus para sua vida. Parar aqui e orar com os alunos, para escutar a Deus.

AS VIRTUDES CARDEAIS EM MARIA

a) A prudência - Esta virtude inclina nossa inteligência a escolher, em
cada ocasião, os meios mais aptos para se alcançar o fim necessário,
subordinando-os sempre ao nosso fim último que é Deus. Maria é chamada a
Virgem Prudentíssima, porque realmente preencheu todas s condições
necessárias para se praticar a virtude da prudência, que recebeu de Deus:
- Examinar com ponderação, o que não significa duvidar do interlocutor;
- Resolver com bom-senso, sem jamais perder de vista o fim último de todas
as nossas ações, que deve ser a realização da vontade de Deus;
- Executar com exatidão, empregando os meios realmente aptos, e sobretudo
perseverando na fidelidade até o fim.
O maior exemplo disto é a Anunciação.

b) A Virtude da justiça em Maria : Segundo o próprio Jesus, a justiça
consiste em dar Deus o que é de Deus. E o próprio S. Paulo esclarece a
doutrina com as Palavras: "Que temos nós que não tenhamos recebido de Deus.
Assim a virtude da justiça foi vivida por Maria na sua entrega total e
absoluta a Deus, e aos homens por amor a Deus.

c) A Fortaleza de Maria - A Fortaleza cristã nasce, cresce e vive no meio
dos maiores perigos, no meio das maiores dores. Dois são seus atos
principais: o empreender e o suportar oisas árduas, difíceis. Sto. Tomás de
Aquino ensina que suportar coisas árduas é muito mais difícil do que
empreendê-las. O segundo ato de fortaleza é portanto muito mais difícil do
que o primeiro. Maria empreendeu, e abraçou uma vida cheia de enormes
sofrimentos, e os suportou, não só com paciência, mas com alegria
sobrenatural.
Relembrar com os alunos os acontecimentos mais dolorosos da vida de Nossa
Senhora.

d) Maria e a prática da Temperança 
- Esta virtude nos faz sóbrios e castos
aos olhos de Deus e também aos olhos do mundo. Porém, estreitamente
relacionado com a prática da temperança está o fato de reconhecermos quem
realmente somos, reconhecer quem é Deus, que realmente temos limites e
dependemos inteiramente de Deus, para nos portarmos de acordo com este
conhecimento e com nossas limitações. Isto é que nos faz realmente assumir a
imagem e semelhança de Deus que apesar de não depender de limite algum,
impõe a si mesmo o limites necessários para exercer o amor sem medida. Se eu
amo sem medida, eu limito meus direitos para que o outro possa viver feliz e
ter o que necessita.
Descobrir, com os alunos, os limites de criatura que Maria assumiu, e que
estão contados nos evangelhos.
Não percamos jamais de vista estes segredos inigualáveis do exercício que
Maria fez das Virtudes, pois todos temos enorme necessidade disto.

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Michel Maria