“A discussão central do 3º Seminário da Comissão Episcopal para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é a tradução de quem é o corpo da Igreja”. Foi o que disse o assessor do encontro, padre Oscar Beozzo, em entrevista a assessoria de imprensa da CNBB.
Para ele, o protagonismo do leigo é um foco da Igreja que deve se consolidar. “Antigamente se pensava o corpo da Igreja apenas sendo os padres e bispos, mas isso mudou desde o Concílio Vaticano II e hoje devemos ter isso bem presente, pois o leigo tem seu protagonismo e seu lugar na Igreja”, disse o estudioso dos documentos do Concílio Vaticano II.
Durante sua intervenção na tarde deste primeiro dia do Seminário, padre Beozzo também destacou a caminhada do Concílio Vaticano II até os dias de hoje e seus desdobramentos, como o surgimento das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) três anos após o Concílio, em Medellin e a responsabilidade da Igreja no mundo. “A Igreja tem seu papel social e não podemos dispensar isso. Não podemos ser indiferentes às guerras, à fome, às injustiças. A Igreja existe para o bem da humanidade, não para si. Essa preocupação é parte da responsabilidade da Igreja”, sublinhou o sacerdote.
O bispo prelado emérito de Tefé (AM), dom Mário Clemente, vê o encontro como oportunidade de reforçar o protagonismo do leigo na Igreja. Ele afirma que o leigo já tem um papel significativo, mas que precisa de mais espaço para ampliá-lo. “No Brasil tem crescido bastante a participação do leigo nos conselhos das dioceses, paróquias. Em todos os níveis nós temos sentido essa participação nas decisões, nos ministérios. Mas precisa crescer ainda mais, inclusive há muitos temas que são os leigos que podem contribuir”, disse o bispo.
O presidente do Setor Leigos e bispo da diocese de Registro (SP), dom José Luiz Bertanha, também destacou o protagonismo do leigo e disse ele é indispensável para o êxito da evangelização da Igreja. “A Igreja não vai conseguir evangelizar sem a presença do leigo. Ela evangeliza contanto com a sua presença. Sempre contamos com a presença do leigo, seja na liturgia, na catequese, pois ele exerce a sua vocação e a sua missão em duas direções: uma do coração da Igreja para o mundo e a outra é do coração do mundo para dentro da Igreja”.
Ainda segundo dom Luiz Bertanha, a formação é o caminho para o protagonismo. “Temos que dar oportunidade do leigo descobrir a sua vocação, ser protagonista da evangelização e para isso ele precisa de uma formação sólida, permanente, integral, para poder exercer essas duas direções, uma completando a outra. O trabalho do leigo dentro da Igreja e dentro do mundo secular: na política, na comunicação, o mundo da família e assim por diante”, completou.
“Autonomia, definição de responsabilidades, direitos e deveres”. Esses são alguns dos pontos que precisam ficar claros para que o leigo tenha um papel definido na Igreja e para que ele exerça seu papel sem dependências, segundo o bispo da diocese de Jardim (MS), dom Jorge Alves Bezerra. “Eu percebo que o ministério ordenado na Igreja tem muito bem definido as suas responsabilidades, direitos e deveres na Igreja, mas o leigo que tem o sacerdócio comum, não me parece ser bem definido. O leigo não têm definidos os trabalhos na Igreja e as responsabilidades que devem ser assumidas. Tudo isso precisa ser bem trabalhado para que ele não fique na dependência do padre sem autonomia. É preciso que ele esteja em profunda comunhão sempre porque todos somos a Igreja corpo de Cristo”, acentuou o bispo. Dom Jorge acredita que o Seminário é a oportunidade de esclarecer o papel do leigo na Igreja. “Minha expectativa é que nesse encontro possamos conhecer melhor qual é a missão do leigo na Igreja. O seu trabalho específico de ser fermento, sal e luz na comunidade”.
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Michel Maria